Informada sobre a aliança entre as pré-candidaturas de Rogério Correia (PT) e Bella Gonçalves (PSOL), selada na última quarta (6), pela imprensa, a deputada estadual e também pré-candidata a prefeita de BH, Ana Paula Siqueira (Rede), deu o troco neste sábado (8), ao receber a deputada federal e também pré-candidata Duda Salabert (PDT) em seu gabinete na Assembleia Legislativa e anunciar, de forma conjunta, uma aliança com a pedetista para a disputa na capital.
Em nota, as equipes de Siqueira e de Duda Salabert informaram que as duas acertaram unir as pré-candidaturas pela “necessidade de continuar ouvindo a população para a construção de propostas que solucionem os problemas da cidade”. As duas anunciaram, ainda, um evento, com data ainda a ser marcada, com a presença da ministra Marina Silva para debater o programa de governo da candidatura – que, supostamente, ainda não teria definição sobre cabeça de chapa e vice.
O Fator apurou que a movimentação é, basicamente, um “tapa de luvas” tanto da Rede quanto do PDT aos petistas e ao PSOL, que se reuniram com Lula, no Planalto, para debater as candidaturas em Belo Horizonte.
No caso de Ana Paula Siqueira, a irritação é maior porque a Rede integra a federação partidária com o PSOL, o que, na prática, significa que os dois partidos terão, necessariamente, que caminhar juntos na eleição. Ao ver o anúncio da deputada estadual Bella Gonçalves de que estaria com o PT, membros da Rede se sentiram “atropelados”, uma vez que a psolista também não informou internamente outros dirigentes da federação sobre o encontro em Brasília.
Outro alvo do recado deste sábado é, especificamente, o presidente da Rede em Minas, o ex-deputado e atual secretário de Assuntos Institucionais da PBH, Paulo Lamac, que defende o apoio à reeleição do prefeito Fuad Noman (PSD). Lamac tem atuado não só dentro do partido, mas também junto a interlocutores de seu ex-partido, o PT, para ainda tentar levar o campo de esquerda ao apoio do prefeito.
Como a coluna vem publicando há algumas semanas, a decisão final sobre o cenário da esquerda belo-horizontina será de Lula até o meio de julho, data final estipulada na agenda da federação PT-PV-PCdoB para definições municipais.