PGR: grupo golpista cogitou interferir em cidades de MG no 2º turno

Planilha com resultados eleitorais do 1º turno tinha abas específicas para Minas Gerais
Presidente Bolsonaro em BH em 2020
Bolsonaro em BH em 2020: grupo golpista de olho também em Minas. Foto: Alan Santos/PR

Integrantes do grupo denunciado na noite desta terça (18) pela tentativa de golpe de Estado cogitaram uma interferência em cidades de Minas Gerais durante o 2º turno da eleição de 2022.

Segundo a denúncia, Marília Ferreira de Alencar, delegada de carreira da Polícia Federal e Subsecretária de Inteligência do Ministério da Justiça na época dos fatos, está entre as pessoas que “coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima” de Jair Bolsonaro no poder.

Prossegue a denúncia: “Após o primeiro turno das eleições de 2022, a Delegada de Polícia Federal MARÍLIA FERREIRA ALENCAR (…) solicitou a elaboração de um projeto de Business Intelligence (BI) voltado aos resultados eleitorais. O objetivo era coletar informações sobre os locais onde Lula da Silva havia obtido uma votação expressiva e onde BOLSONARO havia sido derrotado, com foco especial nos Municípios da Região Nordeste”.

Como a CNN Brasil mostrou, Marília disse já em 2023, em depoimento à PF, ter pedido a um servidor para fazer um boletim de inteligência com a relação de cidades onde Lula e Bolsonaro tiveram mais de 75% dos votos. Essa parte, portanto, não é novidade.

O que é novidade na denúncia é que cidades de Minas foram especialmente identificadas nessa operação.

“Outro arquivo, denominado “DADOS_EXTRAÇÃO”, continha planilhas com títulos como: “PSL”, “DEM”, “REPUBLICANOS”, “UNIÃO”, “PL”, “PP”, “CONCENTRAÇÃO MAIOR QUE 75% LULA”, “CONCENTRAÇÃO MAIOR QUE 75% BOLSO”, “MG MAIOR QUE 75% LULA” e “MG MAIOR QUE 50% BOLSO”, registra a denúncia.

Imagem na página 85 da denúncia mostra abas de uma planilha. O termo “MG” foi destacado por ‘O Fator’.

O texto da denúncia não traz mais informações sobre esse destaque para Minas, mas revela a intenção do grupo de interferir também fora do Nordeste.

“(…) MARÍLIA demonstrou intensa preocupação com as cidades em que Lula da Silva havia recebido maior número de votos. Disse: “pelotas foi 52×36 pro lula”, “202 mil habitantes”, “cara os caras tem que rodar essas bases”, “poa também foda”, “49×39 pro lula”. FERNANDO [Oliveira, ex-número 2 da Secretaria de Segurança Pública do DF e também denunciado hoje] respondeu “manda o rs tem muito eleitor pt”. Está claro o desvio de finalidade das ações policiais do grupo, orientadas ao propósito comum dos integrantes da organização criminosa de impedir, também mediante o emprego de atitudes de força, que o candidato agora denunciado fosse afastado do Poder”, acrescentou a PGR.

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