A Metrô BH, concessionária responsável pela operação do metrô de Belo Horizonte, solicitou ao Governo de Minas alterações no projeto da futura Linha 2. Entre as mudanças propostas, a mais significativa é a não construção de uma segunda linha no acesso entre as estações Ferrugem e Barreiro, distantes 2,1 km uma da outra – a maior distância entre estações nesse ramal.
Caso aceitas, as alterações representariam uma economia milionária nos investimentos previstos de R$ 3,7 bilhões para a Metrô BH – e fatalmente uma mudança e tanto no planejamento para a cidade. Com apenas uma via de acesso à estação Barreiro, os trens teriam que aguardar o embarque, desembarque e saída do veículo anterior antes de adentrar a estação, o que poderia impactar a operação quando a Linha 2 estiver em pleno funcionamento, com previsão de mais de 6.000 novos embarques diários.
Conflito com área da MRS Logística
Uma das justificativas apresentadas pela concessionária é o conflito que a construção de uma segunda linha geraria com o pátio de manobras da empresa MRS Logística, localizado no trajeto entre as estações Ferrugem e Barreiro. Outro entrave apontado é a necessidade de utilizar um pontilhão implantado pela MRS e realizar supressões vegetais próximas à via.
Vale ressaltar que, de acordo com o contrato de concessão, eventual economia obtida pela concessionária em relação ao previsto deve ser reequilibrada em favor do Estado, uma vez que não se trata de um ganho de eficiência, mas de uma redução no escopo do projeto.
Expansão prevista no contrato
O contrato de concessão prevê a implantação de sete estações ao longo dos aproximadamente 10 km de extensão da futura Linha 2. São elas: Nova Suíça, Amazonas, Nova Gameleira, Nova Cintra, Vista Alegre, Ferrugem e Barreiro. Para a Linha 2 também está prevista a implantação da superestrutura de duas vias para o Metrô-BH, e 700 m da interligação com a Linha 1.Apesar das alegações da Metrô BH, fontes ligadas ao Governo de Minas apontam riscos no não cumprimento do que está previsto no contrato.
As propostas de alteração estão sendo debatidas pelos técnicos do Governo e da concessionária, cabendo à Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias a decisão final sobre as mudanças solicitadas.