A coligação entre o MDB e o PSB para a disputa para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), com Gabriel Azevedo como cabeça da chapa e Paulo Brant como vice, não foi bem recebida por lideranças nacionais do campo de esquerda. Após o anúncio, na tarde de sexta-feira (7), teve início uma grande movimentação de bastidores, envolvendo dirigentes e interlocutores poderosos nas legendas, na tentativa de suspender o acordo e levar o apoio dos pessebistas à pré-candidatura de Rogério Correia (PT).
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a fazer contato com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Em um primeiro momento, o pedido surtiu efeito, com Siqueira, preocupado com outras articulações em andamento, pedindo cautela aos articuladores mineiros.
O Fator apurou que uma das ponderações feitas por Siqueira a Paulo Brant foi que as executivas nacionais do PT e do PSB ainda tentavam acertar um acordo que envolveria candidaturas em Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. O anúncio da aliança Gabriel-Brant, neste contexto, teria criado embaraços às negociações.
Siqueira, nesta ligação, chegou a pedir a Paulo Brant que gravasse um novo vídeo para as redes sociais, desmentindo ou suspendendo a aliança na capital.
Apesar da tensão, outros interlocutores conseguiram deter os movimentos petistas. Ainda na sexta, Brant e Gabriel Azevedo iniciaram uma contra-ofensiva de contatos e ligações, inclusive envolvendo o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e o deputado federal Newton Cardoso Jr. O acordo em Belo Horizonte também foi defendido pelo presidente do PSB estadual, o deputado licenciado Noraldino Jr, que fez uma ligação a Carlos Siqueira.