Presidente da ACMinas questiona capacidade de aumento da Selic controlar inflação

Copom deve anunciar aumento da taxa básica de juros em um ponto percentual nesta quarta-feira (29)
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O aumento em um ponto percentual da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, sinalizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no fim do ano passado e previsto para ser oficializado nesta quarta-feira (29), tem gerado repercussão nos mercados de Minas Gerais. O provável salto da Selic a 13,25% tem como objetivo estancar o crescimento da inflação. Apesar disso, o presidente da Associação Comercial e Empresarial do estado (ACMinas), Cledorvino Belini, diz ter dúvidas sobre a efetividade da medida.

“Questiono, no entanto, a capacidade de a Selic conseguir controlar esse movimento inflacionário, principalmente no patamar tão elevado em que a taxa se encontra. Infelizmente, o cenário de 2025 é de desaceleração: investimentos, consumo e, sobretudo do PIB. Nos resta cobrar que o governo federal controle gastos e esperar que as tensões externas não se agravem ao longo do ano”, disse, em comunicado emitido para comentar a provável ampliação da taxa de juros.

No fim do ano passado, quando aumentou a Selic para 12,25%, o Copom previu a subida do índice em um ponto percentual não apenas em janeiro, mas também em março. A reunião desta quarta — a primeira conduzida por Gabriel Galípolo como presidente do BC — deve manter a tendência de escalada da taxa, concretizando o quarto reajuste consecutivo.

O último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (27), projeta a chegada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 5,5% no fim do ano.

Por isso, ao comentar a situação econômica do país, Cledorvino Belini lembrou que o índice previsto para o fim do ano é um ponto percentual maior que o teto da meta inflacionária, fixado em 4,5%.

“Por qual razão o mercado espera uma inflação tão alta? Aumento do preço de serviços e alimentos, mercado de trabalho aquecido, desvalorização cambial, crise climática e medidas adotadas pelo novo presidente dos EUA, além de uma gestão de política fiscal expansionista, estimulada tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo”, apontou.

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