A indústria mineira registrou queda de 2,6% em novembro de 2024 na comparação com outubro, conforme dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O resultado, superior à retração nacional de 0,6%, reflete o desempenho negativo tanto da indústria extrativa (-2,3%) quanto do setor de transformação (-1,6%).
Na análise detalhada do setor de transformação, 10 das 13 atividades monitoradas apresentaram recuo no período. Os destaques negativos foram os setores de celulose e papel, com queda expressiva de 30,1%, e metalurgia, que registrou retração de 3,3%. Em contrapartida, três segmentos conseguiram crescer: máquinas e equipamentos (9,7%), veículos (0,8%) e alimentos (0,4%).
Na comparação com novembro de 2023, a produção industrial mineira ficou estável (0%), contrastando com o crescimento de 1,7% observado na média nacional. O resultado da época é explicado pelo comportamento divergente entre os setores: enquanto a indústria de transformação cresceu 3,8%, a extrativa recuou 9,4%.
O desempenho interanual da indústria de transformação foi impulsionado principalmente pelos produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que cresceram 25,5%, e pelo setor de veículos, com avanço de 24,6%. Por outro lado, as quedas mais significativas foram registradas nos segmentos de papel e celulose (-30,2%) e alimentos (-5,3%).
No acumulado de 2024, a indústria mineira mantém crescimento de 2,9%, ligeiramente abaixo da média nacional de 3,2%. O resultado positivo é sustentado tanto pela indústria extrativa, que acumula alta de 3,6%, quanto pela de transformação, com avanço de 2,6%. Os produtos químicos (5,9%) e alimentos (2,4%) foram os principais responsáveis pelo crescimento no setor de transformação, enquanto metalurgia (-3%) e máquinas e equipamentos (-7,8%) registraram as principais quedas.
As perspectivas para o setor industrial mineiro em 2024 indicam continuidade do crescimento, embora em ritmo inferior à média nacional. Fatores como o mercado de trabalho aquecido e o aumento do poder de compra das famílias devem contribuir positivamente. No entanto, a retomada da elevação da taxa de juros e as flutuações cambiais, que pressionam os preços dos insumos importados, representam desafios para o setor.
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), que fornece estes dados, considera apenas os segmentos extrativo e de transformação, não incluindo os setores da construção civil e de saneamento e energia em suas análises.