Júlio Soares
A federação PT-PCdoB-PV, hoje, só existe no papel. Essa é a avaliação de algumas das principais lideranças do PV em Minas, entre elas a deputada estadual Lohanna França. Em conversa com O Fator, a parlamentar afirmou que o desejo do partido em Minas é oficializar o “divórcio” e não renovar a aliança com petistas e comunistas para as eleições de 2026.
Oficialmente, a Federação será encerrada em abril de 2026, prazo dado pela legislação das federações a partir do início da aliança, feita em 2022. Nos bastidores, o PV já trabalha com duas hipóteses: concorrer sozinho nas próximas eleições ou buscar uma federação com outras legendas.
No caso do segundo cenário, há uma observação de interlocutores do PV com a possível federação PDT-PSDB, ainda em negociação para sair do papel. Avançando, o PV pode pintar no grupo. “A gente só não discute federação com o PL. Para outras possibilidades, estamos abertos a conversar”, definiu Lohanna.
Na avaliação de Lohanna França, o PV alcançou um resultado eleitoral abaixo do esperado por conta da rejeição ao PT no Estado, principalmente depois da gestão Fernando Pimentel (PT) no governo mineiro. “O PV é um partido leve, e as nossas propostas são bem aceitas pela maioria da população. Mas a união com o PT, em muitos casos, nos afasta da possibilidade de apresentar um projeto mais amplo”, disse a deputada.
Em Belo Horizonte, o desacerto da Federação PT-PV-PCdoB foi claro e notório: petistas não abriram mão de lançar Rogério Correia à prefeitura, enquanto o PV firmou sua posição extraoficial ao apoiar a reeleição de Fuad Noman (PSD).
