Cedê Silva
O senador Irajá (PSD-TO), relator da legalização dos cassinos e jogo do bicho no Senado, acaba de pedir retirada de pauta do projeto dele mesmo.
Irajá defendeu o projeto e disse que as apostas esportivas, as ‘bets’, vem contaminando o debate sobre cassinos, com os quais “não têm nada absolutamente a ver”.
Irajá rejeitou 33 das 44 emendas apresentadas ao texto. Uma delas, de autoria de Carlos Viana (Podemos-MG), buscava remover jogos de cassino e o jogo do bicho das modalidades autorizadas.
Eduardo Girão (NOVO-CE) foi hoje o primeiro a tentar atrasar a votação. Ele lembrou ao presidente Rodrigo Pacheco que a CPI da Manipulação das Apostas Esportivas no Senado aprovou ontem (3) requerimento dele com pedido para adiar a votação dos cassinos e jogo do bicho “até que o cenário das apostas esportivas online” – ou seja, das ‘bets’, que já operam no Brasil – “seja devidamente ajustado e regulamentado”.
As ‘bets’, disse Girão, estão “gerando uma devastação na família. Pessoas perdendo o emprego, se suicidando aos montes”.
Carlos Viana pediu aos senadores para não cometerem “o mesmo erro que cometemos em relação às ‘bets'”.
“Nós aprovamos uma catástrofe social no Brasil, que um ano depois mostra-se claramente prejudicial e perniciosa ao orçamento dos brasileiros”, acrescentou Viana.
Irajá, ao lado do também senador Flávio Bolsonaro, viajou a Miami e Las Vegas em janeiro de 2020, com diárias pagas pelo Senado em missão oficial, para tratar de assuntos “de turismo e cassinos”, como publicou na época o empresário salvadorenho Mario Guardado, há muitos anos lobista pela legalização dos cassinos no Brasil.
Nesta segunda (2), o senador Cleitinho (Republicanos-MG) antecipou a O Fator que a oposição à jogatina estava em minoria.
Parece que o jogo virou.
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