Marcelo Freitas
A campanha do candidato Rogério Correia (PT) à Prefeitura de Belo Horizonte desistiu, nesta segunda-feira (23), das ações judiciais contra os jornais “Estado de Minas” e “O Tempo”. Nas ações, Rogério alegava que os dois veículos estavam sendo tendenciosos ao noticiar a mobilização que havia nos bastidores de partidos da centro-esquerda à esquerda para o voto útil em Fuad Noman (PSD), que disputa a reeleição. Nos autos, Rogério Correia pedia direito de resposta e multa aos veículos.
Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira, a campanha de Rogério Correia informou que chegou ao entendimento com a área jurídica de que o zelo pela liberdade de imprensa e a isonomia entre as candidaturas estão presentes na disputa eleitoral, razão pela qual não faziam sentido os pedidos de direito de resposta aos veículos.
Sindicato dos Jornalistas divulga nota
Também na tarde de hoje, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais divulgou comunicado criticando a decisão da campanha de Rogério Correia de processar os dois jornais.
“Ao recorrer à Justiça, o candidato da Frente Brasil da Esperança dá mostras de não entender como funciona o trabalho do jornalista. É função do jornalismo descrever o cenário. E esse cenário muitas vezes está favorável a um candidato; em outras vezes, a outro. É como as pesquisas eleitorais. As reportagens também são um retrato da campanha em determinado momento”, diz a nota do Sindicato dos Jornalistas.
A entidade reafirmou seu compromisso com a defesa dos jornalistas e da liberdade de expressão e chamou atenção para o risco que uma tentativa de cerceamento da imprensa traz para a democracia. “Nossa principal pauta é a defesa dos jornalistas e da liberdade de expressão, que são pilares essenciais de uma democracia fortalecida”.
Na nota, o Sindicato dos Jornalistas informou não apoiar nenhum candidato à Prefeitura de Belo Horizonte; e que tampouco defende o voto útil ou apoia qualquer movimento nesse sentido.
Como já mostrou O Fator, setores do dito campo progressista belo-horizontino articulam um manifesto defendendo que eleitores à esquerda votem em Fuad. A avaliação é que a opção pelo pessedista é importante para evitar que Bruno Engler (PL) e Mauro Tramonte (Republicanos) disputem o segundo turno. Engler e Tramonte são filiados a partidos de direita.
