Servidores do Ibama sobre fala de Lula: ‘inadmissível pressão política’

Presidente chamou processo de licenciamento ambiental na Margem Equatorial de “lenga-lenga”
Lula na Granja do Torto
Lula na Granja do Torto, nesta quarta(12): "lenga-lenga" do Ibama. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) reagiu nesta quarta (12) à declaração do presidente Lula sobre o licenciamento ambiental para a Petrobras perfurar um poço na costa do Amapá, na Margem Equatorial.

Em nota, a Ascema expressou “preocupação” com a fala de Lula, e acrescentou: “é inadmissível qualquer tipo de pressão política que busque interferir no trabalho técnico do órgão, especialmente quando se trata de uma decisão que pode resultar em impactos ambientais irreversíveis”.

Em entrevista hoje mais cedo à Rádio Diário FM, de Macapá, Lula chamou o trabalho do Ibama de “lenga-lenga”.

“Talvez a semana que vem ou essa semana ainda vai ter uma reunião com a Casa Civil, com a Petro… com o Ibama, e nós precisamos autorizar que a Petrobras faça pesquisa”, disse o presidente, na Granja do Torto.

“É isso que nós queremos. Se depois a gente vai explorar é outra discussão. O que não dá é para a gente ficar nesse lenga-lenga, o Ibama é um órgão do governo parecendo que é um órgão contra o governo. Não”, acrescentou Lula.

Para a Ascema, “[a]s declarações que desqualificam o Ibama e seus servidores desrespeitam o papel fundamental da instituição na defesa do interesse público, que é seu objetivo final, independente do governo da vez”.

Na semana passada o repórter Caio Junqueira, da CNN Brasil, revelou que Lula teria dito a Davi Alcolumbre que iria “autorizar” a exploração de petróleo na Margem Equatorial. Lula, agora, falou em “on” sobre o assunto, ou seja, ao microfone, para todo mundo ouvir.

A O Fator, o Ibama disse na semana passada que a análise do pedido estava em andamento.

O processo está parado desde que o Ibama rejeitou, em maio de 2023, pedido de licença da Petrobras para atividade de perfuração marítima no bloco FZA-M-59, na costa do Amapá. A Petrobras recorreu ao próprio Ibama e aguarda resposta.

Leia mais:

Marina lava as mãos sobre Margem Equatorial

Leia também:

Zema minimiza impacto de novas tarifas dos EUA sobre aço brasileiro: ‘alarde muito grande’

Servidores do Ibama sobre fala de Lula: ‘inadmissível pressão política’

ALMG: deputados preparam maratona de reuniões para empossar presidentes de comissões

Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse