O ministro Edson Fachin, vice-presidente no do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (16) estender parcialmente o prazo para Minas Gerais aderir ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Na prática, a decisão mantém suspensas as parcelas da dívida de R$ 165 bilhões contraída pelo governo mineiro junto à União. A nova data-limite ficou estabelecida para 1º de agosto de 2024. A validade anterior da medida cautelar era 20 de julho.
Minutos antes da decisão de Fachin, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou favoravelmente à prorrogação pedida pelo governador Romeu Zema (Novo). A Advocacia-Geral da União (AGU), por sua vez, defendeu que a dívida voltasse a ser paga.
Fundamentos da decisão:
O ministro Fachin considerou que:
- O pedido de prorrogação até 28 de agosto seria excessivo.
- Há urgência na questão, mas em sentido “plurívoco”, afetando também os contribuintes.
- Sucessivos pedidos de prorrogação têm sido utilizados para não adimplir integralmente compromissos financeiros.
- Não ficou claro se Minas tomou todas as medidas apontadas pela União como indispensáveis.
Decisão intermediária
Diante desse cenário, o ministro optou por uma solução intermediária:
- Estendeu o prazo apenas até 1º de agosto de 2024.
- Justificou que negar completamente a prorrogação poderia trazer consequências mais severas.
- Evitou avançar sobre as competências do ministro relator do caso, Nunes Marques.
A decisão de Fachin abre espaço para que o ministro Kassio Nunes Marques, relator do caso, possa fazer uma nova apreciação após o recesso do STF. Além disso, o pedido de designação de uma audiência de conciliação, feito por Minas Gerais, poderá ser examinado pelo relator.
A matéria de fundo, que trata do equacionamento da dívida de Minas Gerais com a União, continua em discussão, com o processo pautado para julgamento na sessão plenária do STF em 28 de agosto de 2024.
Governo de Minas se posiciona
Em nota, a equipe do governador Romeu Zema comentou o despacho de Fachin. “A decisão atende parcialmente o pedido do Estado e que irá continuar demonstrando em diálogos interinstitucionais a importância de o prazo ser prorrogado até ao menos 28 de agosto sob pena de a população mineira ser prejudicada em razão do risco de colapso nas contas públicas”, aponta trecho do comunicado.