Lucas Ragazzi
O comércio varejista de Minas Gerais registrou crescimento de 0,5% em novembro do ano passado. O desempenho é superior à média nacional, que apresentou queda de 0,4% no mesmo período. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (9), pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No comparativo anual, o varejo mineiro cresceu 1,9% em relação a novembro de 2023, impulsionado principalmente pelo setor de móveis e eletrodomésticos, que registrou alta de 10,7%, e hipermercados e supermercados, com avanço de 1,9%. O resultado demonstra a resiliência do comércio estadual, que mantém volume de vendas acima dos níveis pré-pandemia.
Em contrapartida, o varejo ampliado de Minas Gerais, que inclui também as vendas de automóveis e materiais de construção, apresentou retração de 1,2% em novembro na comparação com outubro. Na análise interanual, o segmento registrou queda de 0,7%.
Desempenho setorial
Entre os setores que mais contribuíram negativamente para o resultado do mês no estado, destacam-se as quedas nas vendas de equipamentos e materiais para escritório (-15,5%), bem como de combustíveis e lubrificantes (-3,5%).
No acumulado de 2024, até novembro, o comércio varejista mineiro apresentou crescimento de 3,8%, superior à projeção nacional de 3,6%. Os destaques positivos são os setores de artigos farmacêuticos (12,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,7%) e hipermercados e supermercados (4%).
Cenário nacional
No âmbito nacional, a produção industrial brasileira registrou queda de 0,6% em novembro, segundo mês consecutivo de retração. No acumulado do ano, entretanto, o setor industrial apresenta crescimento de 3,2%, com destaque para a indústria de transformação, que avançou 3,7%.
Entre os 24 setores industriais pesquisados, 19 apresentaram retração em novembro. As principais quedas foram observadas nos segmentos de veículos (-11,5%), derivados de petróleo e biocombustíveis (-3,5%) e alimentos (-1,2%).
Perspectivas
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), as perspectivas para o comércio mineiro em 2024 são positivas, impulsionadas principalmente pelo aquecimento do mercado de trabalho, que registra a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos. No entanto, a manutenção de taxas de juros elevadas pode continuar limitando o acesso ao crédito e o consumo das famílias.
Para a indústria, a FIEMG projeta crescimento de 3,5% em 2024, mesmo diante dos desafios impostos pela política monetária mais restritiva. O setor industrial já opera 1,8 ponto acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.
