Yes, temos bananas — e artesanato: queijo impulsiona outros setores econômicos na Serra da Canastra

Busca pelos segredos da tradicional iguaria mineira movimenta trabalhadores do setor artístico e dá fôlego às lavouras
Cerâmicas da Serra da Canastra
Muito além dos queijos: Serra da Canastra também é conhecida pela produção de cerâmicas. Foto: Gabriela Xavier/O Fator

Ponto-chave do roteiro turístico da Serra da Canastra, a cidade de Delfinópolis aproveita a curiosidade dos visitantes pelos bastidores da produção dos famosos queijos locais para impulsionar outras atividades econômicas. A produção dos laticínios ajuda a alavancar, por exemplo, as empresas que têm como tarefa apresentar as cachoeiras das redondezas a viajantes. O artesanato e os produtos cultivados nas lavouras, como o café e a banana prata também têm ganhado força. 

Delfinópolis, aliás, está geograficamente localizada dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra, que possui 200 mil hectares. Uma das preocupações dos empresários locais está relacionada às experiências vividas pelos turistas. O objetivo é mostrar a eles que o local vai muito além da produção queijeira de alto padrão.

O potencial daqui é riquíssimo, a galera ainda não descobriu isso aqui ainda, muitas pessoas estão descobrindo aqui agora”, diz Wallace de Melo, proprietário do Complexo das Cachoeiras da Serra da Canastra..

Guias turísticos que atuam na recepção dos viajantes ficam encarregados de montar os roteiros de visitas. Grande parte dos itinerários de viagens tem a função de mostrar como é o dia a dia dos produtores canastreiros. Além do papo com os responsáveis pelos queijos, os turistas costumam aproveitar os atrativos naturais.

União entre arte e lavoura

Devido à grande produção de banana prata na região, a fibra da fruta é utilizada por artesãos em seus trabalhos minuciosos e detalhistas, como enfeites para salas e quartos, bonecos, travessas e quadros. Nada é desperdiçado.

Além desses trabalhos, outro tipo de artesanato que também tem grande destaque em Delfinópolis são as cerâmicas, feitas a partir de procedimentos meticulosos. A cerâmica artesanal esmaltada, por exemplo, leva 30 dias para ficar pronta. Até para chegar às cores das cerâmicas, diferentes metais são utilizados e cada um gera uma cor diferente na peça. 

As plantações de café também têm atenção especial do empresariado de Delfinópolis. No ano passado, o Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais teve como finalista a produtora Ana Trindade, responsável pelo Café Serra Preta.

A equipe de Trindade oferece, a R$ 35, uma atividade que combina visitação à plantação do item e degustação da iguaria.

Nos mínimos detalhes

Carro-chefe da Serra da Canastra, a produção queijeira da região é conhecida pelo detalhismo dos donos de laticínios, que se preocupam com etapas que se iniciam na pastagem das vacas e terminam na maturação.

Na Queijaria Quinta Sant’Ana, por exemplo, os queijos são probióticos e as vacas possuem vários manejos de criação, se alimentando de capim e ração, que servem de complemento a uma dieta liderada por porções de uma ração que tem minerais na composição.

“O fato de o Brasil ter ganho um pouco mais de corpo nessa parte de queijos provocou um incentivo para que as queijarias mineiras se especializassem e também construíssem seus caminhos”, diz Odil Pereira, proprietário da Queijaria Quinta de Sant’Ana.

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