Na coluna anterior, “A Esquerda, o Centrão e a Extremíssima Direita“, abordei as dinâmicas políticas entre esses espectros. Os eventos recentes reforçam a tendência de fortalecimento da direita em diversos países, evidenciando um descompasso entre as narrativas midiáticas e as escolhas populares.
Nesta semana, Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos, derrotando a vice-presidente Kamala Harris. Trump assegurou a presidência ao vencer estados-chave como Pensilvânia, Geórgia, Wisconsin e Carolina do Norte, obtendo os 270 votos eleitorais necessários. A imprensa mainstream, que frequentemente demonstrou apoio a Harris, pareceu desconectada das preocupações reais dos eleitores, priorizando pautas identitárias em detrimento de questões econômicas e de segurança.
No Brasil, as eleições municipais de 2024 consolidaram o avanço da centro-direita. Partidos alinhados a esse espectro político conquistaram a maioria das prefeituras e câmaras de vereadores. A mídia nacional, entretanto, frequentemente desconsidera as motivações dos eleitores que optam por políticas conservadoras, focando em narrativas que não refletem as prioridades da população.
A ascensão de políticos de direita não se limita aos EUA e ao Brasil. Na Argentina, França e Itália, líderes conservadores têm ganhado destaque, apesar das tentativas da mídia de rotulá-los e ridicularizá-los. Esses movimentos refletem um desejo crescente por políticas que priorizem segurança, economia e valores tradicionais.
Há uma evidente desconexão entre a grande mídia e as preocupações reais da população. Pautas progressistas, como aborto e legalização das drogas, recebem ampla cobertura, enquanto temas como inflação, desemprego e segurança pública, que afetam diretamente a vida das pessoas, são frequentemente negligenciados. Essa abordagem ignora as necessidades de uma sociedade que enfrenta desafios econômicos e busca estabilidade.
Diante do cenário atual, há uma forte possibilidade de vitória da direita nas eleições presidenciais de 2026 no Brasil. Esse resultado dependerá do alinhamento estratégico entre governadores das regiões Centro-Sul e do ex-presidente Jair Bolsonaro. A capacidade da imprensa em cobrir esse movimento político de forma equilibrada será testada mais uma vez pelo eleitorado.
Em suma, as recentes eleições evidenciam uma tendência global de fortalecimento da direita, impulsionada por eleitores que buscam soluções práticas para seus desafios cotidianos. A mídia, ao ignorar essas demandas, arrisca perder ainda mais relevância e credibilidade perante o público já cansado desta postura.