De repente, um tema tomou conta do Brasil: a escala 6×1. Para quem acha que é futebol, calma. Estamos falando de trabalho, de exaustão, e de uma proposta que sacudiu o Congresso e a internet. A PEC da deputada Erika Hilton, que propõe a redução da jornada semanal de trabalho, ganhou força graças a um empurrão poderoso: as redes sociais.
Na última semana, o termo “escala 6×1” dominou o Google com mais de 500 mil buscas, superando até a final da Copa do Brasil. No TikTok, vídeos que discutem o tema, como o do streamer @iamcaioh, acumulam mais de 10 milhões de visualizações. No Instagram, já são quase 10 mil publicações. A hashtag #fimescala6x1, que liderou o debate no Twitter, foi acompanhada por um fio da deputada Erika Hilton que alcançou 5,8 milhões de visualizações. Não é exagero dizer que esse é o maior engajamento de uma pauta trabalhista em anos.
Mas de onde veio essa onda? Tudo começou com o desabafo de Rick Azevedo, um balconista de farmácia, que viralizou no TikTok ao expor o peso de sua rotina. Esse vídeo não só ajudou a eleger Rick vereador no Rio, mas também estimulou uma petição online que já reúne mais de 1,1 milhão de assinaturas. Não é pouca coisa.
A adesão não parou por aí. Famosos como Gil do Vigor e Luana Piovani declararam apoio, enquanto nomes como Léo Picon e Nikolas Ferreira enfrentam críticas ferozes por suas posições contrárias. Mesmo figuras que se posicionaram timidamente, como Tabata Amaral, tiveram seu comprometimento questionado. Já o senador Cleitinho, ao apoiar a PEC, mostrou que o tema transcende divisões partidárias.
Mas nem tudo são flores no debate digital. Perfis alinhados à direita apontam possíveis impactos negativos, como aumento de desemprego e dificuldades para pequenos negócios. Argumentam que a escala 6×1, embora dura, garante a operação de setores essenciais. Já os defensores da PEC destacam a necessidade de priorizar a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores, e ridicularizam quem defende a manutenção da escala como “privilégio de exploração”.
A PEC da escala 6×1 já é histórica. Não apenas por ter entrado na pauta do Congresso com mais de 230 assinaturas, mas porque mostrou que a pressão digital é real e eficaz. É a internet movendo massas, moldando discursos e cobrando posturas. A pergunta que fica é: será que veremos um novo capítulo na luta por direitos trabalhistas no Brasil?