Embora o Brasil tenha declarado independência em 1822, a realidade mostra que o povo nunca deixou de ser refém. A exploração que antes vinha de Portugal agora ocorre de dentro para fora, por meio de uma máquina estatal inchada e de interesses que sobrepõem o bem-estar da população. O brasileiro comum, que acorda cedo e trabalha duro, precisa sustentar um sistema que consome seu suor de maneira brutal e, quase como um favor, recebe serviços de péssima qualidade.
A estrutura pública brasileira é um peso difícil de carregar. O país mantém um dos legislativos mais caros do mundo, com milhares de cargos eletivos distribuídos entre vereadores, deputados estaduais, federais e senadores, além de uma burocracia que cresce continuamente sem oferecer uma contrapartida proporcional à sociedade. O sistema judiciário, que deveria garantir justiça e eficiência, consome uma parcela significativa do PIB, muito acima da média de outros países desenvolvidos. Em troca, temos a fama de país da impunidade. Essa máquina estatal, que deveria existir para servir a população, tornou-se um leviatã que consome toda a riqueza das pessoas sem ao menos disfarçar em troca de algum serviço de qualidade.
Enquanto o governo insiste em ampliar a arrecadação por meio do aumento de impostos e novas taxações, a população sente no bolso o peso desse sistema. O Brasil já possui uma carga tributária que ultrapassa um terço do PIB, e a proposta de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) com a maior alíquota do mundo só reforça a prioridade da administração pública: arrecadar mais, sem necessariamente cortar gastos ou melhorar a gestão. A tributação excessiva estrangula empreendedores, reduz a competitividade da economia e afasta investimentos, tornando ainda mais difícil o crescimento sustentável do país.
Além dos tributos estatais, há também as taxas impostas pelo crime organizado, que em diversas regiões do país assumiu o papel de governante. Famílias e empresários vivem sob coerção, sendo obrigados a pagar taxas para garantir sua segurança e serviços básicos ou para simplesmente manter seus negócios funcionando. Essa realidade coloca a população em uma situação de constante insegurança, onde a proteção básica, que deveria ser garantida pelo Estado, torna-se um privilégio negociado à margem da lei.
Os problemas econômicos do país se agravam a cada dia. O custo de vida disparou, e itens essenciais, como arroz, feijão, leite, carne e até o ovo se tornam cada vez mais inacessíveis para milhões de brasileiros. O salário-mínimo, que já era baixo, perdeu ainda mais seu poder de compra diante da inflação persistente e da valorização do dólar, tornando bens importados e insumos fundamentais ainda mais caros. A pouca inserção em cadeias globais de valor limita nossa capacidade de crescimento. Enquanto isso, outros países avançam com políticas que incentivam a competitividade e a inserção internacional de suas empresas, enquanto o Brasil continua preso a um modelo ultrapassado de economia fechada e burocrática.
Além disso, medidas como a do presidente americano Donald Trump em tarifar os produtos brasileiros, evidenciam como o rei ficou nu. O presidente americano, em relação ao Brasil, em uma ação de reciprocidade, igualou as nossas taxas de importação para alguns produtos. Teremos a cara de pau em reclamar que estamos sendo taxados? Quando igualmente taxamos os produtos americanos? Mas, para ser justo, taxamos também as empresas nacionais nas mesmas proporções. Quem acaba por sustentar toda essa cobiça estatal são as pessoas, que perdem poder de compra e investimento.
O cidadão brasileiro trabalha para sustentar uma elite que vive à custa do dinheiro público, enquanto os serviços essenciais continuam precários e a insegurança domina as ruas. O país caminha para um cenário onde quem deveria garantir a estabilidade e o progresso da nação se torna o maior obstáculo para seu desenvolvimento.
O problema está lá fora ou aqui dentro?