Privatização de praias está ligada à legalização dos cassinos

Flávio Bolsonaro e Irajá, companheiros de viagem a Las Vegas, relatam no Senado projetos aprovados quase ao mesmo tempo na Câmara
Flávio Bolsonaro e Irajá no Senado
Os senadores Flávio Bolsonaro e Irajá: juntos, misturados, e companheiros de viagem. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A PEC que transfere terrenos de marinha para ocupantes particulares está intimamente ligada à legalização dos cassinos.

Os dois temas foram aprovados na Câmara em um intervalo de menos de 48 horas.

A PEC que em essência permite propriedade particular em praias foi aprovada pelos deputados no fim da tarde de 22 de fevereiro de 2022, último ano do governo Bolsonaro.

A legalização dos cassinos foi aprovada no começo da madrugada de 24 de fevereiro, enquanto as tropas de Putin invadiam a Ucrânia.

O relator no Senado da PEC das praias é Flávio Bolsonaro, integrante de um clã obcecado por litoral e jet ski.

O relator no Senado do projeto para legalizar cassinos é Irajá (PSD-GO), filho de Kátia Abreu.

Flávio e Irajá viaram juntos a Miami e Las Vegas em janeiro de 2020, com diárias pagas pelo Senado em missão oficial, para tratar de assuntos “de turismo e cassinos”, como publicou na época o empresário salvadorenho Mario Guardado, há tempos um ativista público pela legalização dos cassinos no Brasil.

O tema dos cassinos não foi citado uma única vez na audiência na CCJ nesta segunda (27) sobre a PEC das praias.

Mas as ideias estão publicamente ligadas há tempos.

O hoje deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG) defendeu em entrevista, quando era ministro do Turismo de Bolsonaro, “cassinos integrados aos resorts”.

Bolsonaro já disse várias vezes querer fazer de Angra dos Reis “a Cancún brasileira”. Cancún tem vários cassinos.

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