Não é segredo, para ninguém, que considero o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), e o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vereador Gabriel Azevedo (MDB), os melhores nomes para a prefeitura da cidade.
Destes, só o pessedista tem se mostrado ainda competitivo nas pesquisas eleitorais. Segundo o instituto Quaest, Fuad é o favorito a passar para o segundo turno, ao lado do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos).
Gabriel conta com apenas 3% das intenções de voto, de acordo com o levantamento divulgado ontem, quarta-feira (11), registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código MG-08280/2024.
Fuad x Tramonte
Já Fuad saltou de 9% para robustos 20%, enquanto Tramonte oscilou para baixo, saindo de 30% para 27%. A vertiginosa subida do atual prefeito coincide com o início do horário eleitoral gratuito de rádio e TV.
Noman possui um vistoso currículo de gestor público, jamais foi envolvido em qualquer escândalo de corrupção e conta com realizações de porte frente à Prefeitura da cidade, com obras importantes e prêmios conquistados.
Como não é um político militante, que usa a máquina pública para se promover, Fuad era um dos candidatos mais desconhecidos. Agora, com a propaganda eleitoral e razoável tempo, vem se apresentando à população.
TV x Internet
A boa notícia a se comemorar, no caso, é a força que ainda têm o rádio e a TV. Tornou-se meio que consenso a supremacia da internet e das redes sociais como veículos de informação política e propaganda eleitoral.
Como a web ainda é, certo modo, “terra de ninguém”, campanhas sujas, mentirosas, de difamação e nada propositivas – financiadas de forma ilegal – fizeram o nível baixar consideravelmente, assim como os próprios candidatos.
O caso mais exemplar, atualmente, é o da disputa pela capital paulista, onde o inqualificável Pablo Marçal, sobretudo, transformou em briga de bêbados a campanha eleitoral, sendo imediatamente seguido por alguns rivais.
BH quase dá o exemplo
Aliás, é de se comemorar, também, a diferença entre a campanha de Belo Horizonte e São Paulo. Com raríssimas exceções, entre pequenos tapas e alguns beijos, os candidatos vêm desempenhando uma campanha limpa.
Mas Duda Salabert (PDT), porém, resolveu dar uma de Pablo Marçal e desferiu ataque bestial contra o prefeito. Aos berros, vociferou que Fuad, caso seja eleita, vai para a cadeia. A razão? Bem, agora ela tem a obrigação de mostrar.
Essa moça, diga-se, tem a mania de se vitimizar e se dizer ameaçada pela virulência da extrema direita. Aliás, abandonou a vereança para ser deputada federal, sob a alegação de sentir medo de morar em Belo Horizonte.
Bolsonarismo x Lulopetismo
Agora, além de abandonar outro cargo – caso eleita -, desdiz o que disse e pretende viver em BH. Seu comportamento emula o que há de pior no campo da extrema direita. Nikolas Ferreira (PL) deve ter morrido de inveja.
Por falar nisso, quem vem surpreendendo pelo bom comportamento e pela boa oratória é Bruno Engler (PL). É certo que seu conteúdo e preparo são quase zero, mas todos esperavam uma performance bem pior.
No lado oposto, Rogério Correia (PT) é tão ruim, mas tão ruim, que nem mesmo o presidente Lula tem se arriscado a aparecer ao seu lado, deixando o fraquíssimo candidato resvalar em traços nas pesquisas.
Tramonte e o efeito Kalil
Líder nas pesquisas, o candidato do Republicanos aliou-se ao ex-prefeito Alexandre Kalil (ligado às esquerdas) e trouxe para vice Luísa Barreto (Novo), tornando sua candidatura um verdadeiro balaio de gatos.
Como sabido, Romeu Zema e Mateus Simões, respectivamente governador e vice, odeiam Alexandre Kalil – e vice-versa. E 150 em cada 100 grandes empresários, aliados do Novo, também. Tramonte arrumou um estorvo.
Para piorar, segundo pesquisa O Fator/Ver, 67% dos eleitores ou não se importam ou votam contra um candidato indicado por Kalil. Sem contar as denúncias contra o ex-prefeito de gastar dinheiro do PSD com funcionários próprios.
Encerrando por ora
Estamos a menos de um mês das eleições municipais. Muita água ainda vai passar sob a ponte, mas a tendência é um segundo turno com Fuad, Tramonte e Engler. Destes, apenas o prefeito é de centro. Os demais, de direita.
A esquerda, possivelmente, ficará fora da disputa. A lógica indica uma migração dos votos progressistas para Fuad Noman. Assim, Engler ou Tramonte, se tal cenário se concretizar, farão o papel “bolsonarista”.
Se der Tramonte, será divertido assistir a Alexandre Kalil fazendo “arminha” com as mãos, ao lado do “mentiroso” (palavras de Kalil) Zema, defendendo os empresários de Belo Horizonte, que tanto atacou nos últimos anos.