Tic-tac: prazo para Kalil está se esgotando

Como prefeito, recebia o salário mais alto do Brasil, cerca de R$ 30 mil brutos
O prazo de Kalil está se esgotando rápido
Tic-tac: Kalil bem perto do "ou dá ou desce" (Foto: Amira Hissa/Divulgação)

Ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil tem se mantido “em cima do muro”, até este momento, sobre o candidato que irá apoiar nas eleições para a Prefeitura de BH, em outubro próximo. Fato é que, se demorar a decidir, poderá se tornar ainda mais irrelevante na opinião do eleitor. Explico.

Pesquisa O Fator/Ver, divulgada esta semana sobre a corrida eleitoral na capital, mostrou que Kalil “nem fede nem cheira”, se me permitem o jargão popular. Para 30% dos eleitores, um candidato apoiado por ele poderia levar o voto. O mesmo número afirmou o contrário. E 37% dos entrevistados afirmaram que é indiferente.

Queda Livre

O ex-chefe do executivo de BH segue “ladeira abaixo”, se me permitem outro jargão popular. Em 2022, perdeu feio – em primeiro turno! – para o governador Romeu Zema a disputa pelo governo do estado. Em Belo Horizonte, inclusive, por 46% a 42%, após ter deixado prematuramente o cargo, traindo o voto dos belo-horizontinos.

De lá para cá, foi investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – “CPI do Abuso de Poder” – na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), que apurou casos como o de uma fornecedora da Prefeitura e do Galo, que pagava despesas de viagem de Kalil com o próprio cartão de crédito, e depois recebia em dinheiro vivo.

Contra o Galo

O relatório final desta CPI, de autoria da sempre vigilante e combativa vereadora Fernanda Altoé (Novo), mostrou como a gestão Kalil prejudicou a construção da Arena MRV, trazendo prejuízos irreversíveis e incalculáveis ao Atlético. Inclusive, se entender oportuno, o Galo pode recorrer ao judiciário em busca de reparação

Outro fato relacionado ao CAM, que ganhou manchetes, foi a entrevista de Rubens Menin, acionista majoritário da SAF atleticana, ao ge, da Globo. O “vô”, como o chamam os atleticanos, contou sobre as mordomias que Kalil e convidados pagaram, com dinheiro do Clube, no Marrocos, em 2013, durante o Mundial da FIFA.

Ou Dá ou Desce

Na política, o ex-dirigente continua não tendo sorte. Isolado e rompido com diversos líderes partidários – inclusive antigos aliados -, segundo interlocutores do PSD (seu partido), foi “chamado na xinxa” pelo todo-poderoso presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, em São Paulo, que lhe cobrou apoio a Fuad Noman.

O atual prefeito de BH concorre à reeleição – com boas chances, diga-se de passagem -, e não faria sentido, na visão de Kassab, um quadro do partido receber ajuda financeira mensal, para custeio de despesas políticas (caso de Kalil), e não retribuir o investimento. Especula-se, inclusive, que o valor não é baixo.

Contabilidade Criativa

Aliás, a vida privada de Kalil chama a atenção. Há anos, o ex-empresário não possui emprego ou atividade comercial formal, exceto o período em que ocupou a PBH. No Atlético, por força do estatuto, o presidente não é remunerado. Como prefeito, recebia o salário mais alto do Brasil, cerca de R$ 30 mil brutos.

Residente em edifício de alto luxo na capital mineira, é visto com frequência passeando em motos e carros importados. Além disso, viaja ao exterior e frequenta restaurantes e hotéis 5 estrelas, a despeito de inúmeras ações judiciais e pedidos de penhora em seu desfavor. Se Kassab cumprir a suposta ameaça, tudo pode piorar.

Assista, abaixo, o trecho da entrevista em que Rubens Menin revela as mordomias e o luxo, no Marrocos, pagos com o dinheiro do Clube.

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