Política boa e eficaz se faz com P maiúsculo, e é o que está por trás da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que estendeu a data limite – de 20 de dezembro de 2023 para 20 de abril de 2024 – da suspensão do pagamento da dívida mineira junto à União.
Minas teria de arcar com parcela bilionária – vencida e suspensa por decisão judicial – após 20 de dezembro, na ausência da aprovação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) em trâmite na Assembleia Legislativa (ALMG), caso o Supremo não concedesse tal dilação.
A costura se iniciou quando o deputado Tadeu Martins (MDB), o Tadeuzinho, contestou as condições do programa federal, propondo a revisão de cláusulas e juros – vencidos e a vencer -, e até mesmo o montante da dívida, hoje em mais de 165 bilhões de reais.
Com fundamental parceria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, e apoio do governador Romeu Zema (Novo), Tadeuzinho iniciou as negociações com o governo federal – Fernando Haddad, ministro da Fazenda e o próprio presidente Lula.
OS TRÊS MOSQUETEIROS
Juntos, os três representantes mineiros pavimentaram o caminho que culminou na decisão desta quarta-feira (13/12) do STF e, agora, o estado ganhou mais quatro meses para que um plano consensual – entre todos os agentes políticos – resulte em benefício para MG..
Zema quer a Presidência, e Pacheco, o governo mineiro em 2026. Já Martins é um dos mais promissores jovens na política. E ainda que não sejam amigos para sempre, e cada um tenha interesses próprios, “a união faz a força” mostrou-se certeira como nunca.
A proximidade (ocasional) do senador Rodrigo com Lula ajuda a amenizar o clima entre União e Minas, por conta da oposição do governador Zema. Mas o elo é Martins que, apesar da pouca idade, mostra-se habilidoso como os mais experientes políticos. Estão todos de parabéns, e os mineiros agradecem.