Com parte dos elevadores dos prédios Minas e Gerais, da Cidade Administrativa, estragados e sem funcionar desde o final de 2023, o governo mineiro tem exigido que servidores e visitantes que entram nos edifícios assinem um termo de responsabilidade em que assumem que a decisão de acessar o local é por “vontade própria” e que possui condições de saúde para subir e descer as escadas.
O Fator teve acesso ao termo apresentado aos servidores para entrar nos prédios. “(…) de forma voluntária faço a opção de acessar os prédios Minas e Gerais da Cidade Administrativa como visitante durante o período em que os elevadores desses prédios estiverem desligados. Declaro, para os devidos fins, que estou apto, em plenas condições de saúde física e que não possuo doença preexistente que me impeça de subir e descer as escadas de acesso ao ( ) andar, do prédio __ e que a decisão de acessar o prédio é livre, espontânea e tomada por vontade própria, de forma esclarecida”, mostra o trecho do documento.
Os prédios Minas e Gerais, onde estão alocadas a maior parte das secretaria estaduais, estão funcionando, desde abril, somente com 10% dos servidores e estrutura normal. O resto do funcionalismo que atua na sede do governo tem trabalhado em regime remoto por conta dos problemas estruturais dos elevadores.
Procurado pela reportagem, o governo confirmou a distribuição do termo de responsabilidade e pontuou que o documento tem sido utilizado desde que os elevadores foram fechados.
Em novembro, um servidor da Secretaria de Estado de Sáude morreu após ter um mal súbito depois de subir sete lances de escada do prédio Minas, que estava, na época, com os elevadores estragados.
Reparos
Segundo o governo, a previsão é que todos os elevadores dos dois prédios estejam 100% reformados até dezembro. Confira o cronograma oficial:
- Primeira Etapa: 24 elevadores serão reparados até setembro.
- Segunda Etapa: Outros 24 elevadores terão suas inconformidades corrigidas até novembro.
- Conclusão: Os últimos 10 elevadores do prédio Gerais serão entregues em dezembro.
Como já mostrou O Fator, a obra tem registrado episódios de divergências no Estado. Um caminho inicialmente pensado era fazer com que a companhia assumisse, por meio de uma minuta, a responsabilidade pelo “vício de obra” nos problemas estruturais que causaram a interrupção do funcionamento dos elevadores. A recusa da proposta por parte de técnicos da empresa aconteceu por falta de documentos e laudos que comprovassem a hipótese.
Depois disso, uma solução foi encontrada, e, como já mostrou a reportagem, a Codemge assumiu os custos e a coordenação das obras. A estatal também ficou responsável por contratar uma empresa que será responsável pela elaboração de um estudo para a identificação do real motivo do problema.