A primeira vez em que ouvi falar em Tim Walz foi no momento da foto acima. Era março de 2023. Cercado por crianças, Walz assinou a lei para o Minnesota fornecer merenda grátis para todos os alunos, independentemente da renda. Foi apenas o quarto estado americano a fazê-lo. Hoje são oito.
Tim Walz foi anunciado nesta terça (6) como vice na chapa de Kamala Harris.
Ele é o absoluto anti-Trump, o nêmesis do trumpismo em todos os níveis.
Enquanto o bolsotrumpismo busca desmantelar a maior parte do Estado e enaltece a “liberdade” do cidadão “se virar”, Walz fez o básico: merenda para as crianças.
O projeto, de autoria da deputada estadual Sydney Jordan, foi apoiado pelo governador desde o começo.
Dados do governo estadual mostram que o programa é um sucesso. O número de cafés-da-manhã servidos nas escolas subiu 37%, e o de almoços, 15%. É indicativo de que antes tinha muita criança com fome na escola.
Meses antes da lei da merenda, Walz se tornou o primeiro governador a assinar lei com proteções ao aborto depois de a Suprema Corte derrubar esse direito – corte essa na qual três dos nove juízes foram indicados por Trump.
Walz apoiou reformas na polícia depois do assassinato de George Floyd, em 2020 – que aconteceu no estado dele. O bolsotrumpismo no Brasil, como sabemos, quer o contrário: tirar as câmeras para ajudar a polícia a matar mais. Deputados bolsonaristas defenderam em audiência pública os policiais da PRF que mataram Genivaldo, que poderia ter sido o George Floyd brasileiro.
Walz entende que as mudanças climáticas são um problema, é a favor de mais controle para as armas de fogo, e assinou projeto de lei que permite aos imigrantes indocumentados tirar carteira de motorista.
Enquanto o bolsotrumpismo é a política da crueldade e da morte, Walz trabalha, quem diria, com o entendimento de que o governo pode resolver problemas.