Guilherme Jorgui
O União Brasil bateu o martelo e decidiu, na reta final do prazo para o registro de chapas, lançar a candidatura do advogado Dolglas Eduardo à Prefeitura de Patos de Minas, no Alto Paranaíba. A decisão altera o quadro eleitoral da cidade, que se preparava para viver uma eleição com chapa única — a de Luís Eduardo Falcão (Novo), que tentará a reeleição.
Dolglas terá o apoio do grupo do ex-deputado estadual Elmiro Nascimento (União Brasil), de quem foi assessor parlamentar em 2010. O defensor também atuou como ouvidor-geral da Prefeitura de Patos de Minas, entre 2019 e 2020. Foram suas únicas experiências no serviço público. Longe dele, ganha a vida na advocacia.
O convite para disputar a prefeitura pegou o advogado no contrapé. Ele estava a caminho de Belo Horizonte para participar dos Jogos da Advocacia Mineira (JAM) quando recebeu uma ligação telefônica.
Do outro lado da linha, estava um dirigente do União Brasil em Patos de Minas. O interlocutor disse a Dolglas que ele tinha sido escolhido para representar o partido na eleição municipal. Dolglas, então, explicou estar na estrada e pediu um tempo para pensar. Inicialmente, cogitou descartar a hipótese.
“O cavalo está passando arriado e você vai perdê-lo”, disse um dos diretores do partido. “Então pode deixar passar”, respondeu.
Quando Dolglas voltou a Patos de Minas, a convenção do União Brasil já havia acontecido. Considerou, então, que a possibilidade de disputar a prefeitura já havia sido superada. Ledo engano, exposto em um bate-papo com um consultor político da região.
“Ele abriu a conversa sabendo que minha resposta tinha sido não, mas me pediu alguns minutos para falar”, relembra.
O consultor disse que já havia citado seu nome ao grupo político de Elmiro, no começo do ano. Além de Dolglas, eram especulados, para a disputa contra Falcão, nomes como o do ex-prefeito José Eustáquio Rodrigues e de vereadores da cidade.
Dolglas, então, explicou que não colocaria uma candidatura para criticar a atual gestão ou fazer saudosismo das lideranças do passado. “Nenhum deles precisa disso. Todos têm um legado na cidade”, disse.
Foi quando o consultor disse que esse era o ponto: “Uma candidatura competitiva precisa falar sobre o futuro”.
Essa linha de campanha chamou a atenção do advogado, e o consultor ponderou que, por ausência de tempo, a resposta precisava ser dada de pronto. Após uma conversa com os pais, Dolglas aceitou a tarefa.
A possibilidade de chapa única também não deixou Falcão satisfeito. Na semana passada, em entrevista a O Fator, ele admitiu a hipótese de ser o único concorrente à prefeitura, mas relatou “surpresa” com a possibilidade.
A escolha da vice
Dolglas Eduardo convidou a ex-prefeita Béia Savassi, também do União, para ser sua vice. Béia, porém, recusou o convite. A vaga, então, ficou com a radialista Deyse Limma, do mesmo partido.
Sem ter feito pré-campanha, o candidato do União Brasil reconhece a vantagem de Luís Eduardo Falcão. Apesar disso, garante não querer travar uma guerra contra o atual prefeito. Na mira, está o debate a respeito da queda dos indicadores de ensino na cidade.
“A gestão fez reforma da estrutura das escolas, mas não fez um trabalho de resgate da qualidade do ensino”, aponta.
