Representantes dos atingidos pelo rompimento da barragem de Mariana até tentaram entregar documentos em protesto contra a repactuação do acordo de reparação a Lula, mas sem êxito. A tentativa aconteceu na manhã desta sexta-feira (27), no Palácio do Planalto, onde ocorre a posse da ministra Macaé Evaristo, nova titular do Ministério dos Direitos Humanos.
Apesar disso, a documentação, recheada de argumentos contrários à repactuação, foi entregue a deputados e à ministra.
A crítica dos atingidos é que a negociação pela repactuação do acordo de reparação por Mariana não teria ouvido as comunidades impactadas pelo desastre.
Coletiva de imprensa
Na tarde desta sexta-feira, às 16h30, no Hotel San Marco em Brasília, está prevista uma entrevista coletiva e manifesto feito pelos atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão.
Entre as principais reivindicações estão:
- Inclusão de representantes eleitos na Mesa de Repactuação
- Amplo processo de escuta das comunidades atingidas em Minas Gerais e Espírito Santo
- Transparência nas negociações do novo acordo
- Financiamento adequado para garantir a participação e autonomia das comissões no novo sistema de governança
- Ações efetivas para a limpeza completa do Rio Doce
Contexto
O novo acordo, previsto para ser assinado em outubro deste ano, segundo os representantes, “pode não considerar todos os danos ainda não levantados nos territórios atingidos”.
A coletiva de imprensa ocorre durante a primeira reunião do Comitê Interfederativo (CIF) após o Encontro de Atingidos e Atingidas da Bacia do Rio Doce e Litoral Norte Capixaba, que elegeu 72 representantes para as Instâncias de Governança. Este encontro também consolidou o novo modelo de participação nas instâncias deliberativas da Fundação Renova.