O comércio varejista de Minas Gerais registrou queda de 2,4% em agosto de 2024 na comparação com julho, segundo dados divulgados pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE. O resultado ficou abaixo da média nacional, que apresentou recuo de 0,3% no mesmo período.
Apesar da retração mensal, o varejo mineiro mantém desempenho superior ao observado antes da pandemia. Desde 2021, as vendas no estado têm se mantido acima dos níveis de 2019 na maior parte do tempo, superando também os resultados nacionais.
Na comparação com agosto de 2023, as vendas no comércio varejista restrito de Minas Gerais ficaram estáveis (0,0%), enquanto o Brasil registrou alta de 5,1%. Considerando o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, houve queda de 0,4% no estado e aumento de 3,1% no país.
Entre os setores, o destaque positivo em Minas Gerais foi equipamentos e materiais de informática, com crescimento de 44,9% em relação a agosto do ano anterior. Já outros artigos de uso pessoal (-9,4%) e combustíveis e lubrificantes (-7,8%) tiveram as maiores quedas.
No acumulado de 2024 até agosto, o varejo restrito mineiro cresceu 4,3%. O setor de equipamentos e materiais para escritório lidera a expansão, com alta de 85,6% no período. Por outro lado, combustíveis e lubrificantes (-11%) e livros, jornais, revistas e papelaria (-9,9%) registraram as maiores retrações.
Segundo a análise da FIEMG, os resultados refletem um mercado de trabalho aquecido e crescimento da renda, mas também sofrem pressão da inflação em alguns setores e do aumento dos gastos das famílias com casas de apostas.
Para o quarto trimestre, a expectativa é de desaceleração do varejo. Fatores como a perda do poder aquisitivo devido à inflação, impactos da seca na energia elétrica e safras, além dos efeitos defasados da alta da taxa Selic, devem contribuir para esse cenário.
A FIEMG projeta crescimento de 3,8% no volume de vendas do varejo mineiro em 2024, ligeiramente abaixo da estimativa de 3,9% para o Brasil.