Lucas Ragazzi
Esperando há 67 dias por uma transferência para um procedimento cirúrgico, correndo risco de amputação de uma perna, uma paciente da Santa Casa de Misericórdia de Itaguara, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, conseguiu ser transferida para uma unidade médica na cidade de Oliveira neste domingo (10), três dias depois que uma operação de fiscalização do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) flagrou a situação.
A paciente aguardava a transferência para realizar uma cirurgia cardíaca e estava desde o início de setembro na Santa Casa de Itaguara.
Na quinta-feira (7), técnicos do TCE mineiro realizaram uma operação em dezenas de municípios mineiros para averiguar a situação de unidades de saúde públicas.
A fiscalização revelou que 30% das unidades mantinham medicamentos vencidos e 50% apresentavam pacientes em atendimento nos corredores. O levantamento apontou que 75% dos estabelecimentos não possuem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e 50% operam com banheiros em condições inadequadas.
A operação mobilizou mais de 100 servidores do Tribunal, incluindo 54 auditores em inspeções presenciais. Uma Sala de Comando e Controle monitorou a ação em tempo real.
Principais irregularidades identificadas:
- 82% não exibem escalas médicas em local público
- 79% não divulgam especialidades médicas oferecidas
- 50% apresentam controle inadequado de medicamentos controlados
- 44% não registram avaliações de satisfação dos usuários
- 34% não oferecem acessibilidade para pessoas com deficiência
- A fiscalização também identificou equipamentos novos sem uso há quase um ano, incluindo aparelhos de raio-x e ventiladores, em metade das unidades visitadas.
