Chefe da PF: anistia para ataques bolsonaristas “não é aceitável”

“Nós não estamos aqui falando de um grupo de pessoas que quebrou um quadro ou quebrou uma cadeira”, disse Andrei Rodrigues
Andrei Rodrigues, da PF, em coletiva de imprensa
Andrei Rodrigues: sem anistia. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta quinta (14) em coletiva de imprensa que propor anistia para os ataques bolsonaristas “não é aceitável”.

Respondendo a uma pergunta sobre os projetos que tramitam no Congresso para anistiar os responsáveis pelo 8 de Janeiro e ataques relacionados, Rodrigues disse fazer coro às palavras de Alexandre de Moraes sobre o assunto. Em evento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) nesta manhã, Moraes disse que “não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”.

“Vejam a gravidade e a extensão desse processo”, disse Rodrigues. “Não é razoável pessoas cometerem atos terroristas, pessoas tencionarem assassinar outras pessoas, atentar contra um Poder do Estado. Tentar vitimar policiais, porque ele [autor do ataque da noite de ontem] sabia que policiais iam à sua residência. E deixou lá um artefato para matar os policiais (…) Então de fato nós não estamos aqui falando de um grupo de pessoas que quebrou um quadro ou quebrou uma cadeira. Estamos falando de ações violentas contra o Estado Democrático de Direito, estamos falando de ações gravíssimas, de atos terroristas, estamos falando de tentativa de homicídio, felizmente ficou na tentativa”.

Rodrigues acrescentou: “Entendo também que não é aceitável que se proponha anistia para esse tipo de pessoa”.

O principal projeto de lei de anistia aos ataques bolsonaristas foi redigido ainda em 2022 pelo então deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), que chegou a ser líder do governo Bolsonaro na Câmara. A proposta recebeu parecer favorável de Rodrigo Valadares (União-SE), que mudou o texto para abranger “eventos subsequentes ou eventos anteriores aos fatos acontecidos em 08 de janeiro de 2023”. Um dos defensores da anistia é Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), que no começo do ano também votou para soltar Chiquinho Brazão.

No fim de outubro, Arthur Lira deu uma canetada e tirou o projeto da tramitação na CCJ, forçando os deputados a criar uma comissão especial para discutir a proposta. O grupo ainda não foi criado e a tramitação empacou.

Leia mais: PF: autor do ataque estava em Brasília em janeiro de 2023

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