Os dados alarmantes do relatório final de fiscalização do TCE em unidades de saúde de MG

Técnicos do tribunal fiscalizaram as condições de 81 hospital e UPAs no Estado
A operação mobilizou mais de cem servidores do Tribunal, incluindo 54 auditores que realizaram fiscalizações presenciais
A operação mobilizou mais de cem servidores do Tribunal, incluindo 54 auditores que realizaram fiscalizações presenciais. Foto: Divulgação

A “Operação Saúde”, realizada por técnicos do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) a partir de “fiscalização surpresa” em 81 unidades de saúde de Minas, sendo 47 hospitais e 34 UPAs, revelou dados alarmantes sobre o funcionamento do setor no Estado. A operação abrangeu principalmente unidades municipais (74,07% dos estabelecimentos visitados).

A partir do relatório final da operação, O Fator separou os principais dados coletados pelas equipes do tribunal. A operação mobilizou mais de cem servidores do Tribunal, incluindo 54 auditores que realizaram fiscalizações presenciais. As visitas foram monitoradas em tempo real por uma Sala de Comando e Controle na sede do TCE, através de um sistema próprio que recebia fotos, vídeos e relatos das inspeções.

O superintendente de Controle Externo, Pedro Henrique Azevedo, ressaltou que as visitas foram realizadas sem aviso prévio para registrar a realidade enfrentada pelos usuários do sistema de saúde.

Principais Achados

Atendimento e Acolhimento

  • 97,53% das unidades possuem protocolo de acolhimento com classificação de risco
  • Apenas 41,98% oferecem atendimento preferencial
  • 74,07% apresentam atendimento organizado
  • 79,01% possuem boas condições na sala de espera

Problemas Estruturais

  • 50,62% dos banheiros para usuários não apresentam boas condições
  • 79,01% não divulgam as especialidades médicas oferecidas
  • 69,14% não possuem relatório sobre tempo médio de espera inicial
  • 75,31% não possuem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) vigente

Recursos Humanos e Controle

O relatório identificou diversas formas de contratação médica, incluindo:

  • 23,73% efetivos
  • 26,27% terceirizados
  • 21,19% autônomos
  • 10,17% temporários

“O controle de frequência dos médicos apresenta fragilidades significativas, com 81,48% das unidades não disponibilizando a escala da jornada de trabalho em local acessível ao público”, aponta o documento.

Medicamentos e Equipamentos

A situação dos medicamentos e equipamentos também apresenta pontos críticos:

  • 27,16% das unidades possuem medicamentos vencidos
  • 82,72% têm medicamentos com prazo de validade inferior a 30 dias
  • 62,96% possuem equipamentos médico-hospitalares em desuso

Infraestrutura e Segurança

O relatório aponta que:

  • 97,53% das unidades possuem reservatório de água
  • 92,59% contam com sistema de energia elétrica de emergência
  • 65,43% apresentam indícios de acessibilidade
  • 93,83% possuem laboratório de análises clínicas

Ambulâncias e Remoção

Das unidades fiscalizadas:

  • 75,31% contam com ambulâncias
  • 80,33% das ambulâncias apresentam boas condições de uso
  • 77,05% mantêm boas condições de higiene

Controle de Infecções

Um dado positivo é que 71,60% dos estabelecimentos possuem Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH), e destes:

  • 96,55% realizam reuniões regulares
  • 94,83% elaboram e divulgam relatórios sobre controle de infecções
  • 77,78% possuem Núcleo de Segurança do Paciente instituído

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