Lucas Ragazzi
Guilherme Peixoto
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), minimizou, nesta quarta-feira (12), o impacto da nova tarifa de 25% sobre o aço brasileiro imposta pelos Estados Unidos da América (EUA). Durante agenda em Poços de Caldas, no Sul do estado, o governador afirmou que as exportações brasileiras não serão significativamente afetadas porque o país vende aos estadunidenses tipos específicos de aço que eles não produzem.
A alíquota de 25% passará a valer em 12 de março. A medida foi anunciada na segunda-feira (10) pelo presidente Donal Trump. O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço comprado pelos EUA.
“É muito natural (a decretação da alíquiota). É o que o Brasil já deveria ter feito com relação ao aço chinês, que está inundando o mercado brasileiro e prejudicando as nossas siderúrgicas”, afirmou Zema, que aproveitou para criticar a política comercial chinesa.
Segundo ele, o aço chinês chega ao Brasil subsidiado, gerando concorrência desleal.
O governador mineiro baseou sua avaliação em informações da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
“A informação que tenho da Fiemg é que os aços que as siderúrgicas brasileiras exportam para os Estados Unidos são aços que os Estados Unidos não produzem. Então, continuarão sendo exportados, com um impacto muito pequeno”, explicou.
Zema também criticou a repercussão das medidas americanas: “Foi um alarde muito grande para quem não conferiu ou não se aprofundou no assunto e tirou uma conclusão muito simplista”, concluiu.
A nova política tarifária americana faz parte das promessas de campanha de Trump para fortalecer a indústria local. “A nossa nação precisa que aço e alumínio sejam produzidos nos Estados Unidos, não em terras estrangeiras”, declarou Trump ao assinar as ordens executivas.
Segundo dados do ComexStat, sistema oficial de estatísticas do comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Minas Gerais é o segundo maior exportador de produtos da metalurgia, com US$ 1,54 bilhão em vendas registradas em 2024, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro (US$ 2,07 bilhões). No ano passado, o estado exportou aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de produtos para os Estados Unidos.
