Cedê Silva
Uma fábrica da Fiocruz que ainda será construída na cidade de Eusébio, no Ceará, vai produzir o IFA da insulina a ser envasado pela fábrica da Biomm em Nova Lima, inaugurada há quase um ano com a presença de Lula.
A fábrica da Biomm produz carpules (seringas ou refis), e tem capacidade de produzir frascos para outros medicamentos, mas o IFA é importado e vem da farmacêutica chinesa Gan & Lee.
Os fatos de que a fábrica ainda será construída, e de que o IFA será produzido a mais de 2.300 quilômetros da fábrica da Biomm, passaram sem chamar atenção na cerimônia realizada no Palácio do Planalto na terça retrasada (25), que serviu como uma espécie de despedida para a ainda ministra Nísia Trindade. A posse de seu sucessor, Alexandre Padilha, está marcada para a próxima segunda (10).
Em nota a O Fator, o Ministério da Saúde disse que a nacionalização da produção do IFA conta com investimentos do Novo PAC-Saúde e “reduzirá a dependência externa, fortalecerá o SUS e contribuirá para o desenvolvimento econômico da região”.
A Fiocruz disse em seu blog esperar que a insulina fabricada no Ceará chegue ao SUS ainda neste ano, “no segundo semestre de 2025”. Ao final do projeto, estará no Brasil “a primeira planta produtiva de IFA de insulina da América Latina”, com “papel estratégico para reduzir a dependência de importação”. Espera-se que a planta chegue à capacidade de até 70 milhões de unidades por ano.
A assessoria de imprensa da Biomm nos enviou release informando que a Gan & Lee “fará a transferência de tecnologia para a Biomm e o Bio-Manguinhos [Fiocruz], que passarão a produzir, gradativamente, nas respectivas fábricas”, mas não respondeu às nossas outras perguntas.
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