Onde estão os “patriotas” do Partido Liberal (PL), que dizem não aceitar as mamatas dos “parasitas”, como já chamou os funcionários públicos certa vez, o guru da turma Paulo Guedes, e que diuturnamente apontam a gastança e as mamatas do governo Lula?
Onde estão os petistas, psolistas e outros sedizentes “defensores dos pobres e oprimidos”, que juram lutar contra a desigualdade social no país?
Onde estão os vereadores dos partidos conhecidos como “centrão”? Se bem que estes não surpreendem jamais. Ao menos são autênticos.
Eu conto onde estão: juntos, como sempre, quando os próprios bolsos falam mais alto. Estão juntos, outra vez, como no parlamento nacional, quando leis que lhes privilegiam são aprovadas com a união de todos.
Cadê os videozinhos?
Onde está o Cleitinho, do Republicanos, senador TikToker que aponta os desmandos e privilégios de seus pares políticos, apenas quando lhe convém? Aliás, onde está o Nikolas Ferreira? Seu pupilo, o vereador mais votado de Belo Horizonte nas últimas eleições, Pablo Almeida (PL), eu sei onde está: votando a favor desta infâmia!
E o Pedro Rousseff (PT), que assim se manifestou quando Zema aumentou o próprio salário e de seu secretariado, alegando defasagem: “Zema acaba de INCLUIR o aumento de 300% do seu salário no plano de recuperação fiscal do governo. Plano esse que CONGELOU os salários de servidores em MG. Com Zema é assim: aumento pra ele e desgraça para os servidores.”
É uma vergonha, um acinte, uma cusparada na cara de cada trabalhador e aposentado brasileiro, que recebem um salário mínimo por mês e têm de se virar para sobreviver, assistir à Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (CMBH) aumentar seu vale-refeição para dois mil e tantos reais por mês (R$ 2.374,00), valor 57% superior ao do salário mínimo de 2025 (R$ 1.509,00).
Atenção! Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% dos brasileiros recebem, no máximo, 3.5 mil reais mensais entre salários e outras rendas. Cerca de 60% dos brasileiros recebem um salário mínimo por mês. O que 37 dos 41 vereadores de Belo Horizonte estão fazendo, em nome da equiparação com outras Casas legislativas, igualmente abusivas e indecorosas quando o assunto é privilégio, é inaceitável.
Eleitores ou idiotas úteis?
É uma pena que a maioria absoluta dos eleitores não preste atenção nisso e não se lembrará dos nomes desse pessoal nas próximas eleições. Mas eu presto e eu lembrarei. Podem estar certos disso.
Registre-se: Fernanda Pereira Altoé, Bráulio Lara e Marcela Trópia, do Novo, foram os únicos vereadores contrários a essa aberração.
Não vou lhes dar parabéns pelo voto contrário, pois nada além de suas obrigações. Mas lhes dou parabéns pela coerência e pela honestidade. Vocês não enganam seus eleitores. E também, claro, pela percepção da realidade e respeito pela população pobre do país.