Um documento da CIA de 1961 divulgado nesta semana pelo governo dos Estados Unidos nos chamados “Arquivos JFK” lista um desconhecido senador do estado de ‘Minas Serais’ (sic), mostrando que a inteligência americana nem sempre trouxe as informações mais precisas.
Por decreto de Donald Trump, o governo americano publicou nesta terça (18) mais de 2.100 documentos relacionados (às vezes, bem de longe) ao assassinato do presidente John F. Kennedy, ocorrido em novembro de 1963. Boa parte deles já tinha sido divulgada, ainda que com tarjas parciais. Outros 161 documentos foram publicados na quarta (19).
Um relatório da CIA, datado de 6 agosto de 1961 – portanto, de quando o presidente Kennedy estava vivo e atuando – cita um contato de Israel como fonte das informações.
O texto lista signatários de um apelo pela realização da Conferência Latinoamericana pela Soberania Nacional, pela Emancipação Econômica e pela Paz. O evento foi realizado no México em março daquele ano e era monitorado de perto pela CIA por ter reunido milhares de líderes de esquerda das Américas.
No discurso de abertura, o general Lázaro Cárdenas, ex-presidente do México, defendeu a revolução cubana e condenou intervenções americanas em países do continente – tudo isso poucas semanas antes da invasão da Baía dos Porcos.

Entre os signatários brasileiros a favor da Conferência, diz o texto, estava o escritor Jorge Amado. E também três senadores, um deles Freitas “Cavalcante” (na verdade, Cavalcanti), de Alagoas.
Os outros dois senadores são desconhecidos. Um deles é um tal de “Paulo Viana”, de “Pernambuca” (sic), mas não havia senador com esse nome na época, embora o Espírito Santo fosse representado por Ary Vianna. Já pelo Pernambuco não havia senador de nome Paulo naquela legislatura.
Finalmente, aparece um tal senador “Hernai Maiu”, do estado de “Minas Serais” (sic), nome bem distante dos senadores mineiros da época: Benedito Valladares, Milton Campos e Camilo Nogueira da Gama.
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