As organizadoras da Stock Car se manifestaram, por meio de nota, nesta quinta-feira, sobre as críticas que vem recebendo. A Speed Seven e a DM Corporate afirmaram que a compensação em relação ao corte de mais de 60 árvores pode chegar a mil espécimes. Disseram, ainda, que uma barreira acústica definitiva será instalada no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais e, por último, ressaltaram que a reitora da instituição de ensino participou de reuniões sobre o evento, assim como associações de moradores.
As explicações foram divulgadas pouco tempo depois que uma decisão judicial suspendeu o corte de árvores no entorno do Mineirão até que conclua a análise do processo. A decisão é do juiz Thiago Grazziane, da 3ª Vara da Fazenda Pública de BH. Ele atendeu um pedido de vereadores do PT da Câmara Municipal.
Árvores
A retirada de árvores do entorno do Mineirão é alvo de protestos. Moradores e ambientalistas chegaram a fechar ruas no entorno do Gigante da Pampulha. Eles questionam a retirada de espécimes adultas, e, entre elas, Ipês, Pau-ferros e Flamboyant. Além disso, questionam se a compensação realmente será feita e, ainda, o plantio de mudas.
Os organizadores da Stock Car rebateram as críticas. Segundo eles, todas as licenças necessárias para a realização do evento foram levantadas juntos aos órgãos – como Iphan, IEF, e FMC. Além disso, ressalta que o Comitê Municipal de Meio Ambiente (Comam) se reuniu para avaliar os impactos ambientais do empreendimento e aprovou, por 10 votos a 2, o plano de supressão de 63 indivíduos arbóreos.
Sobre a compensação, a Speed Seven e a DM Corporate afirmaram que serão plantadas 688 novas árvores. “Estes novos indivíduos arbóreos deverão seguir um requisito de tamanho mínimo de 2,5 metros do solo até o primeiro galho, com no mínimo três galhos”, explicou as empresas. Ressaltaram, também, que esse número de espécimes pode chegar a mil com o interesse de parceiros.
Hospital veterinário
Outra crítica por parte da população e, ainda, de membros da UFMG, é sobre o Hospital Veterinário, que fica próximo ao Mineirão. O questionamento é sobre os ruídos que podem prejudicar a saúde dos animais.
Os organizadores afirmam que será construída uma barreira acústica permanente para evitar ruídos no hospital e no biotério. Inclusive, alegam que essa medida vai trazer benefícios, pois também irá diminuir os ruídos dos carros, shows e jogos que acontecem no Mineirão.
“A reitora indicou um especialista da própria Universidade, reconhecido nacionalmente por sua atuação neste tipo de análise, para a orientação na solução definitiva na construção e instalação de tais barreiras. Em paralelo a isso, a organização do evento também fez a contratação de um profissional renomado e com expertise no tema para efetuar o projeto e executá-lo com maestria, garantindo que existe solução plenamente viável desse tema”, explicaram.
Conversas com a UFMG e a comunidade
Moradores da Região da Pampulha e a reitoria da UFMG alegam falta de informações por parte dos organizadores e da Prefeitura sobre as medidas que serão tomadas para a realização do evento.
As empresas afirmam que buscaram diálogos com as comunidades do entorno através das associações dos moradores e principalmente com a UFMG. “No mês de janeiro de 2024, a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais Sandra Regina Goulart Almeida recebeu os responsáveis pela realização do evento quando, em audiência na própria reitoria da UFMG, cientificada de todo o projeto, foi amplamente ouvida sobre as possíveis soluções ambientais e acústicas definitivas acerca dos incômodos que a universidade já convive”, concluíram.