A Vale passa a ser a controladora total do grupo mineiro Aliança Energia. A mineradora comprou a fatia que pertencia a Cemig, de 45%, em uma operação de R$ 2,7 bilhões. A transação ainda precisa ser avaliada pela assembleia geral de acionistas da Cemig GT.
Por meio de fato relevante, a Vale explicou que a decisão foi ponderada no contexto do plano de desinvestimento da Cemig GT. “Na condição de sócia no empreendimento e considerando que a Vale utiliza, atualmente, a maior parte da energia gerada pela Aliança Energia, a companhia optou por exercer seu direito preferencial de aquisição”, explicou.
A mineradora ressalta, ainda, que tem a intenção de criar uma plataforma de energia, que vai contemplar outros ativos do portifólio da empresa. Destacou, também, que a Aliança é estratégica na manutenção da matriz energética no Brasil.
A operação avaliou a Aliança em R$ 6 bilhões. Atualmente, a empresa atua na comercialização de energia em Minas Gerais, e possui sete hidrelétricas no território mineiro, além de dois parques eólicos, sendo um no Rio Grande do Norte, e outro em fase de implantação no Ceará.
A venda é avaliada positivamente pelo mercado. Recentemente, a Cemig pagou bons dividendos aos acionistas, e deixa uma boa perspectiva para os próximos pagamentos.
Ação contra si mesma
Um fato curioso na transação é que a Vale passa a ser a controladora total da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, mais conhecida como Candonga, que foi atingida pela lama de rejeitos da barragem do Fundão, em Mariana, considerada a maior tragédia ambiental do país. O reservatório que colapsou é de responsabilidade da Samarco, BHP Billinton, e a própria Vale.
Fato é que há na Justiça um processo aberto pelo Consórcio Candonga, em que a Vale está por trás como detentora da hidrelétrica Risoleta Neves. É como se a mineradora entrasse com um processo contra ela mesma. Na operação ficou acordado que a Cemig vai seguir com o direito a 45% do total das indenizações, em caso de condenações.