Minas Gerais registrou uma redução de 57% no desmatamento da Mata Atlântica entre 2022 e 2023, segundo o mais recente Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta quarta-feira (22). Essa queda coloca Minas Gerais na liderança da preservação do bioma no período analisado.
De acordo com o estudo, no período de 2022-2023, foram desmatados 3.193 hectares de Mata Atlântica em Minas Gerais, uma área equivalente a cerca de 4.500 campos de futebol. Embora ainda preocupante, esse número representa uma redução significativa em relação aos 7.456 hectares desmatados no período anterior (2021-2022).
No total, o Atlas identificou a supressão de 14.697 hectares de Mata Atlântica em todo o Brasil entre 2022 e 2023, o que corresponde a uma queda de 27% em relação ao período anterior. No entanto, esse valor ainda é 29% maior que o menor desmatamento registrado na série histórica, ocorrido em 2017-2018.
Além de Minas Gerais, outros estados que registraram quedas expressivas no desmatamento foram Bahia (57%), Paraná (78%) e Santa Catarina (86%). Por outro lado, o Piauí concentrou 42% de todo o desmatamento do bioma no período, com um aumento de 2.098% em relação a 2021-2022.
Importância da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, abrigando milhares de espécies de plantas e animais, muitas delas ameaçadas de extinção. Além disso, o bioma desempenha um papel fundamental na regulação do clima, na conservação dos recursos hídricos e na prevenção de desastres naturais.
O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica é uma importante ferramenta para monitorar a situação do bioma e subsidiar a formulação de políticas públicas. No entanto, os especialistas ressaltam a necessidade de ações concretas para frear o desmatamento e promover a recuperação das áreas degradadas.
Entre as medidas sugeridas estão o fortalecimento da fiscalização, a criação de incentivos econômicos para a preservação, a regularização fundiária e o investimento em programas de reflorestamento e restauração ecológica.