A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (11), uma operação para desmontar uma organização apontada como responsável pelo monitoramento de autoridades e pela produção de notícias falsas a partir de informações obtidas por sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Uma etapa da operação acontece em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, onde o alvo, segundo apurou O Fator, foi o delegado da PF Marcelo Araújo Bormevet, preso preventivamente.
A suspeita é que Bormevet abastecia influenciadores com informações para atacar políticos inimigos da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de Juiz de Fora, foram cumpridos mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em Brasília (DF), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
Embora seja policial federal, Bormevet esteve cedido à Abin. Por isso, está na mira da operação, batizada de Última Milha.
Segundo as investigações, o grupo responsável pela disseminação de informações falsas adotou estratégias como a criação de perfis fakes e o acesso ilegal a computadores e aparelhos telefônicos para monitoras pessoas.
Antecedentes
Bormevet é investigado, também, por atuação Abin paralela que teria sido montada durante o governo Bolsonaro. Há a suspeita de que ele tenha, ainda, atuado para atrapalhar as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por supostas “rachadinhas”.
Em abril, Bormevet compôs a lista de servidores da PF cedidos à Abin que tiveram processos disciplinares abertos pela Controladoria-Geral da União (CGU). Ele é suspeito de ter se ausentado do serviço por mais de 60 dias entre 2021 e 2022.