A possível aliança entre o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o deputado estadual Bruno Engler (PL) no segundo turno da eleição em Belo Horizonte não é vista por aliados do prefeito Fuad Noman (PSD) como um movimento capaz de influenciar decisivamente a disputa.
O entendimento é que o governador, além de não ter histórico como transferidor de votos, poderia levar, a Engler, a rejeição que enfrenta de servidores da segurança pública — classe que, em parte, tem alinhamento ideológico ao PL.
Segundo apurou O Fator, um possível apoio de Zema a Engler não fará com que o PSD deixe a base governista na Assembleia Legislativa.
O governador e o candidato do PL conversaram nessa quarta-feira (16), em Belo Horizonte, mas a aliança entre os partidos para o segundo turno não foi fechada. Conforme interlocutores a par das tratativas, os debates vão prosseguir antes de um desfecho.
A avaliação é que o embarque do Novo — e de Zema — na campanha de Engler não acontecerá sem que contrapartidas políticas sejam acertadas com o PL. Uma das possibilidades à mesa seria uma maior adesão dos deputados estaduais liberais a pautas de interesse do governo encaminhadas à Assembleia Legislativa.
O partido, embora esteja oficialmente na base aliada a Zema, costuma ter vozes dissonantes, sobretudo em temas ligados ao funcionalismo público.
Vale lembrar que, no primeiro turno, Zema apoiou a candidatura de Mauro Tramonte (Republicanos). Mesmo sem o governador participar dos atos de rua do aliado — função que coube ao ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido) — o Novo indicou Luísa Barreto, agora de volta à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, para ser a candidata a vice na chapa.
Fuad, por sua vez, chegou a telefonar para Zema após o resultado do primeiro turno, em busca de uma eventual aproximação.