A inusitada união entre esquerda e Novo em derrota da prefeitura na Câmara de BH

Parlamentares rejeitaram proposta para isentar empresas de ônibus de um tributo; texto foi votado em primeiro turno
Prefeito Fuad Noman (PSD)
O resultado representa a primeira derrota do governo Fuad desde sua vitória nas eleições / Foto: PBH

Uma rara união entre vereadores de PT e Psol ao Novo interrompeu, nesta quarta-feira (4), uma sequência de vitórias da base do prefeito Fuad Noman (PSD) na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Encaminhado pelo Executivo, o projeto que pretendia isentar as empresas de ônibus do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) foi rejeitado pela maioria dos vereadores.

O texto teve parecer favorável de 17 parlamentares, enquanto 23 votaram contrariamente. Para que fosse aprovado, seriam necessárias pelo menos 28 manifestações favoráveis. A proposta foi apreciada em primeiro turno.

Juntas, as bancadas de PT, Psol e Novo deram sete votos contrários à isenção do ISSQN. Os petistas e os pessolistas têm dois assentos cada, enquanto a legenda do governador Romeu Zema conta com três representantes na Casa.

A ‘inusitada’ convergência do PT e do Psol com o Novo foi analisada pelo vereador petista Pedro Patrus. “Esse projeto é tão ruim para Belo Horizonte que uniu a maioria dos vereadores, da esquerda à direita, para que fosse derrubado”, disse.

Os parlamentares Bruno Miranda (PDT) e Juliano Lopes (Podemos), tidos internamente como possíveis postulantes à presidência da Câmara na próxima legislatura, votaram de formas diferentes entre si. Líder de governo, Miranda votou pela aprovação do projeto. Juliano, por seu turno, se posicionou de forma contrária. O parlamentar do Podemos, vale lembrar, é o único que se posicionou publicamente como candidato à chefia do Legislativo.

O resultado representa a primeira derrota do governo Fuad desde sua vitória nas eleições. Nas últimas semanas, a base governista não encontrou dificuldades, por exemplo, para que fosse autorizado o empréstimo de 50 milhões de euros para a implantação do Move na Avenida Amazonas, e para que fosse aprovada, em dois turnos, a reforma administrativa apresentada pelo prefeito.

“A Câmara Municipal tem independência para votar o que ela quiser. Nós temos que respeitar os vereadores e entender que eles foram eleitos, assim como o prefeito e o vice-prefeito foram eleitos”, apontou o vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União Brasil), que cumpre o último mês como vereador.

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