A prefeita Marília Campos (PT) vai aproveitar a passagem do presidente Lula por Contagem, no fim desta semana, para recomendar maior atenção da assessoria política do Planalto aos prefeitos.
Um episódio recente ilustra essa dificuldade. Em uma das suas passagens por Brasília, Marília Campos tentou uma agenda com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Ela queria explicar as distorções sobre a nova regra do ICMS para a Educação. O pedido da reunião foi reforçado pelos deputados federais Reginaldo Lopes (PT) e Miguel Ângelo (PT).
Conseguiram um horário, que teve de ser remarcado; a segunda agenda teve uma nova alteração; também a terceira. Por fim, o ministro Rui Costa — cuja crítica mais comum é que ele só faz agenda com baianos — destacou assessores para conversar com a prefeita.
A recomendação que será feita pela prefeita Marília Campos ao presidente Lula é, sobretudo, de engenharia política.
A dificuldade de prefeitos de conseguir agenda com os ministros acaba direcionando-os aos gabinetes dos deputados federais — politicamente muito empoderados em suas emendas parlamentares.
O “sequestro” do orçamento pelo parlamento fica ainda pior com a ausência de diálogo do governo federal com os prefeitos.