A cúpula da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e representantes de sindicatos que representam trabalhadores da estatal definiram esta terça-feira (25) como data para iniciar a mesa de negociações a respeito de queixas de servidores. O encontro vai tratar do aumento na alíquota do plano de saúde corporativo e de denúncias de assédio moral relatadas por funcionários. Três deputados estaduais foram escalados para participar da reunião.
O encontro vai acontecer quase duas semanas após uma reunião entre a direção da Cemig e sindicalistas ser cancelada de última hora. São esperadas as participações do presidente da estatal, Reynaldo Passanezi, e do presidente da Cemig Saúde, Anderson Ferreira.
Pela Assembleia, vão participar da mesa de diálogo os deputados Betão e Beatriz Cerqueira — ambos do PT —, além de Professor Cleiton, do PV.
O cancelamento da reunião prevista para o último dia 13 gerou uma espécie de “guerra de versões” entre sindicalistas e a Cemig.
À ocasião, Emerson Andrada, coordenador-geral do Sindieletro, uma das agremiações que representam os trabalhadores da estatal, disse a O Fator que a companhia questionou o número de representantes designados pelas entidades de classe. Depois, segundo o dirigente, a companhia teria apontado dificuldades para acomodar, em uma sala no edifício-sede, todos os participantes da reunião. Ainda conforme Andrada, a empresa problematizou o fato de alguns dos indicados para o encontro não serem ligados ao Sindieletro.
Interlocutores da Cemig, por sua vez, asseguram que a lista de componentes da reunião não foi previamente acordada. A presença de deputados de oposição ao governo Zema, combinada à ausência de parlamentares da base aliada ao Executivo também gerou certo mal-estar.
Histórico do caso
O imbróglio em torno do aumento no plano de assistência médica dos trabalhadores não gira apenas em torno do aumento, para 60,5%, da alíquota paga pelos funcionários. Sindicatos também têm questionado o fim da contribuição patronal.
Na semana retrasada, durante audiência pública na Assembleia, Reynaldo Passanezi relacionou o fim da contribuição patronal ao encerramento de um acordo firmado com os sindicatos. Conforme o executivo, a companhia tenta, desde 2021, renegociar o trato — sem sucesso. O imbróglio gerou a busca por conciliação na esfera judicial, o que também não encontrou êxito. Diante da situação, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) extinguiu o acordo.
Anderson Ferreira, por sua vez, afirmou que a adoção do índice de 60,5% configura “variação igual ou menor à do mercado de planos de saúde”.
No que diz respeito aos supostos casos de assédio a trabalhadores, a Cemig afirmou, em fevereiro, à época das primeiras queixas, que “não admite atos de assédio e que possui mecanismos internos para tratar denúncias neste sentido”.
“A companhia ressalta que todas as denúncias são devidamente apuradas por órgãos específicos e podem ser realizadas por meio do Canal de Denúncias disponível aos empregados, que garante sigilo ao denunciante”, informou a empresa.