Iniciadas em 2023, e lideradas nacionalmente pelo ex-deputado constituinte Vivaldo Barbosa, as tratativas para a refundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) avançaram no início deste ano. Segundo o ex-deputado federal Mário Assad Júnior, um dos principais articuladores para a recriação do PTB, em Minas Gerais a Justiça Eleitoral já reconheceu mais de 51 mil assinaturas de eleitores do estado dando o aval à retomada das atividades da legenda trabalhista.
Conforme estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma legenda em formação no Brasil precisa obter o apoio de pelo menos 547.455 mil eleitores, espalhados por no mínimo nove estados.
Embora os últimos anos do PTB tenham transcorrido sob a direção de Roberto Jefferson, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os entusiastas da refundação defendem que o partido atue conforme as diretrizes originais, seguidas por nomes como o ex-presidente João Goulart e Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro.
“A tarefa colocada pelos nomes que estão atuando ao nosso lado em todo o Brasil foi reunir pelo menos 50 mil assinaturas (em cada estado). Recolhemos mais de 80 mil, sendo que 51 mil já foram aceitas pelo sistema do TSE”, diz Mário Assad Júnior
Até outubro de 2023, Mário Assad era presidente do PSB de Minas Gerais. Ele se desfiliou do partido após a Executiva Nacional do partido indicar o deputado estadual Noraldino Júnior para assumir o comando da sigla.
A saída de Assad do PSB gerou o desembarque de outros nomes do partido, como Rodrigo Célio de Castro, filho de Célio de Castro, ex-prefeito de Belo Horizonte. Hoje no Solidariedade, Rodrigo também prepara a migração para o novo PTB.
A última “versão” do PTB deixou de existir em 2023. A legenda se fundiu ao Patriota para dar forma ao Partido Renovação Democrática (PRD).
Histórico
O PTB nasceu em 1945, para abrigar Getúlio Vargas, à ocasião presidente da República. Até o golpe militar de 1964, o partido foi casa de políticos alinhados a ideias à esquerda.
Com o endurecimento da ditadura e a extinção de partidos políticos, o PTB deixou de existir. Depois, em 1979, Leonel Brizola, retornado do exílio, travou, com Ivete Vargas, da mesma São Borja (RS) de Getúlio, uma disputa pelo direito de refundar o partido. No fim das contas, a Justiça Eleitoral concedeu a Ivete o direito de utilizar o nome do PTB.
Brizola, então, criou o PDT. Paralelamente, no PTB, o grupo de Jefferson foi ganhando espaço. O último ato do partido em uma eleição nacional foi o lançamento da candidatura de Padre Kelmon ao Palácio do Planalto em 2022.