Em meio ao imbróglio na federação Psol-Rede sobre os rumos que a coalizão vai tomar na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a deputada estadual Bella Gonçalves, pré-candidata dos pessolistas ao poder Executivo municipal disse, nesta segunda-feira (10), que o partido está disposto a abrir mão de encabeçar uma chapa em prol da união das forças à esquerda.
Ainda segundo Bella, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que partidos da centro-esquerda à esquerda se unam para disputar o pleito. A Rede Sustentabilidade, vale lembrar, tem uma pré-candidata própria: a deputada estadual Ana Paula Siqueira. Por isso, a federação vive um momento de incerteza.
“O Psol é um partido que, desde as últimas eleições, busca a construção de unidade em Belo Horizonte. Na última eleição, tentamos unificar o nome da Áurea Carolina, que estava à frente nas pesquisas. Neste momento, a gente busca, também, uma unificação que consiga conjugar as três pré-candidaturas que existem: a minha, a da Duda Salabert (PDT) e a do Rogério Correia, em uma só. Esse também foi o pedido do presidente Lula”, afirmou Bella, a O Fator.
Na semana passada, Bella costurou acordo com o deputado federal Rogério Correia, pré-candidato do PT. Alguns dias depois, no sábado (10), Ana Paula Siqueira e Duda Salabert também anunciaram uma união. Como já mostrou a reportagem, as costuras paralelas aprofundaram a cisão na federação Psol-Rede.
Apesar do impasse, Bella disse acreditar no embarque de Duda Salabert — e dos pedetistas — na aliança formada por Psol e PT.
“O Psol tem uma posição pela unidade. Não temos ego nesta disputa política. Não fazemos questão de encabeçar uma chapa. Achamos que essa chapa pode ser encabeçada por Duda, por Rogério. A gente precisa encontrar a melhor saída e o melhor caminho para Belo Horizonte”, falou.
Lula quer ‘frente ampla’ para frear direita
Desde o início do ano, Lula tem falado sobre a necessidade de aglutinar o maior número possível de partidos em torno de uma só candidatura do campo progressista. A ideia do presidente é evitar uma eventual vitória do deputado estadual Bruno Engler (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo PL.
Lula se fia na frente ampla que o elegeu em 2022. A coligação uniu nove partidos, número que o petista não havia conseguido juntar em nenhuma outra de suas campanhas presidenciais. No arco de alianças, estavam legendas mais ao centro, como Avante e Solidariedade, e agremiações identificadas com a esquerda, como o Psol.