Embora a filiação de Alexandre Kalil ao Republicanos tenha sido publicamente anunciada, integrantes do partido não dão como certa a entrada do ex-prefeito de Belo Horizonte na legenda. Interlocutores da legenda ouvidos por O Fator avaliam que a derrota de Mauro Tramonte na eleição belo-horizontina, bem como a forma de atuação de Kalil na campanha do aliado, podem prejudicar o plano original.
Tramonte, que concorreu pelo Republicanos, liderou as pesquisas de intenção de voto na maior parte da corrida ao Executivo municipal, mas perdeu terreno na reta final e ficou fora do segundo turno. Principal cabo eleitoral do deputado estadual, Kalil se envolveu em embates com integrantes da campanha do aliado. Nos bastidores, houve, inclusive, estranhamento com Luísa Barreto, indicada pelo Novo para ser a vice da chapa.
Além de demonstrarem ter dúvidas quanto à filiação de Kalil, personagens do Republicanos acionados pela reportagem também citaram ressentimentos com o ex-prefeito. Uma pesquisa feita nesta quinta-feira (7) no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta que Kalil está sem filiação partidária — antes de negociar a ida para o partido de Tramonte, ele estava abrigado no PSD.
O acordo para o ingresso no Republicanos foi fechado por Kalil em julho, durante jantar com o presidente nacional do partido, o deputado federal Marcos Pereira. À ocasião, as articulações surpreenderam a direção estadual da legenda, comandada pelo deputado federal Euclydes Pettersen. O parlamentar negociava o apoio do Novo e do governador Romeu Zema a Tramonte. Embora a aliança tenha se concretizado, Zema teve pouco espaço na campanha do deputado estadual.
O Fator tentou contato com o presidente do diretório do Republicanos de Belo Horizonte, o deputado federal Gilberto Abramo — fiador da filiação do ex-prefeito — e com a assessoria de Alexandre Kalil. Em caso de resposta, esta matéria será atualizada