A tentativa de acordo entre a construtora Andrade Gutierrez e o governo mineiro segue dando o que falar. A empresa disse a O Fator que o Estado encerrou a renegociação do acordo de leniência “sem explicação”.
Mais cedo, a reportagem trouxe detalhes sobre a tentativa da empresa, investigada e denunciada à Justiça por fraudes na obra de construção da Cidade Administrativa, em fazer um “acordo em cima do acordo de leniência”. A tratativa pretendia mudar o acerto de R$ 128,9 milhões, assinado em 2021. O contrato foi rescindido hoje pelo Estado.
Posicionamento
Segundo a Andrade Gutierrez, a renegociação estava a pleno vapor. A empresa alega que a Comissão Técnica responsável pelo caso não apontou nenhum impedimento para a repactuação.
“Sem qualquer justificativa, as tratativas não foram acolhidas pelo Governo de Minas Gerais, que decidiu pelo encerramento do acordo e comunicação imediata à empresa e à mídia”, explica.
A empresa ainda alega que foi a primeira a celebrar acordo com a Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE-MG) e a única a realizar pagamentos do acordo.
“Outras empresas envolvidas nos mesmos assuntos sequer celebraram algum tipo de acordo. Fatos que, por si só, já ferem o princípio básico de tratamento isonômico que o Governo deveria dar para o setor”, pontua.
Valores
Mesmo sem renegociação, a instituição ressaltou que vai cumprir os acordos assinados. No entanto, ainda espera uma rediscussão dos valores.
O governo rescindiu com a Andrade Gutierrez nesta quarta-feira, 10, por falta de pagamento do acordo firmado em 2021. A empresa se comprometeu a pagar R$ 128,9 milhões em 32 parcelas trimestrais por conta das fraudes cometidas durante a obra. Contudo, deixou de acertar cinco parcelas que somam a quantia de R$ 20 milhões.