Impasse sobre novo coordenador da bancada mineira deixa deputados insatisfeitos

Parlamentares avaliam que demora na escolha do novo líder do grupo tem travado a distribuição de verbas para o estado
A entrada da Câmara dos Deputados
Quatro deputados disputam a coordenação da bancada mineira: Paulo Guedes (PT), Igor Timo (Podemos), Luiz Fernando Faria (PSD) e Newton Cardoso Júnior (MDB). Foto: Saulo Cruz/Câmara dos Deputados

A indefinição sobre quem ocupará o cargo de coordenador da bancada mineira no Congresso Nacional tem causado crescente insatisfação entre deputados federais. Na avaliação de parlamentares, a demora na escolha do novo líder já prejudica o andamento de projetos importantes e a distribuição de recursos para o estado.

Um deputado ouvido em anonimato por O Fator apontou que existe um clima de receio em relação ao processo de votação para eleger o novo coordenador. “Parlamentares estão com medo de votar a questão e desagradar pares. É uma coisa absurda”, revelou.

A votação do novo coordenador chegou a ser marcada para o último dia 18. O pleito, entretanto, não aconteceu.

A fonte destacou que a ausência de uma liderança definida tem prejudicado setores essenciais. “Tem setores importantes, como o pessoal da área da saúde, que hoje está desnorteado sem saber como avançar por pedidos de emendas parlamentares. Enquanto isso tem emenda indo para barco em Minas. Quantas emendas municipais em Minas precisam de barco? É uma falta de centralização na bancada”, argumentou o parlamentar.

Atualmente, quatro deputados manifestaram interesse em assumir a coordenação: Paulo Guedes (PT), Igor Timo (PSD), Luiz Fernando Faria (PSD) e Newton Cardoso Júnior (MDB).

Um episódio recente também ilustra o problema: nesta semana, o atual coordenador, Luiz Fernando Faria (PSD), trabalhou para cancelar um evento do governo estadual de entrega de viaturas porque a bancada não havia sido envolvida no processo, mesmo com a aquisição sendo financiada com recursos das emendas parlamentares. A informação, inicialmente publicada pelo jornal “O Tempo”, foi confirmada por O Fator.

“É papel da coordenação da bancada também acompanhar a execução das emendas e fazer contato constante com os governos. Não se pode pegar os deputados de surpresa assim”, diz a fonte.

No início de fevereiro, a bancada mineira implementou mudanças significativas nas regras para escolha do coordenador. A principal alteração estabelece que a seleção será feita por votação secreta, substituindo o sistema anterior de coleta de assinaturas.

Durante reunião realizada na ocasião, foi criado um grupo de trabalho com sete deputados para elaborar o estatuto da bancada. O grupo inclui Igor Timo (Podemos), Ione Barbosa (Avante), Marcelo Álvaro Antônio (PL), Dimas Fabiano (PP), Lafayette Andrada (Republicanos), além de representantes do Psol e do PT.

Ficou determinado também que a bancada realizará seis reuniões ordinárias anuais, com possibilidade de encontros extraordinários quando necessário. No entanto, mesmo com as novas regras estabelecidas, a definição do novo coordenador permanece em aberto, prolongando o impasse que afeta os interesses do estado no Congresso Nacional.

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