Guilherme Jorgui
A 1ª Vara Criminal de Contagem tenta, há dois anos, localizar o diretor Programação e Conteúdo da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), Leonardo Vitor, para intimá-lo em um processo onde é réu por calúnia, injúria e difamação. Ao todo, já foram expedidos 16 mandados para intimá-lo em endereços de Contagem, Belo Horizonte e São Joaquim de Bicas, mas os oficiais de Justiça nunca conseguiram encontrá-lo.
Em maio deste ano, o Poder Judiciário pediu ajuda até mesmo à Polícia Federal (PF) para achar Leonardo Vitor, praticante de tiro esportivo, atividade regulamentada pela corporação, que, por isso, possui o cadastro atualizado de todos os atiradores.
O processo remonta à militância política de Leonardo Vitor em Contagem, à época das eleições municipais de 2020. Um morador da cidade, Deivanildo da Costa, mais conhecido como “Chapelão”, registrou uma queixa-crime contra o atual diretor de conteúdo da empresa responsável pela Rede Minas depois que Leonardo gravou um vídeo acusando-o de ter feito ameaças de morte.
À ocasião, Leonardo Vitor, de trajetória política ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL), havia publicado e divulgado vídeo em que exibia um ativista político de Contagem sendo preso. Depois da repercussão, afirmou que havia sido ameaçado por pessoas ligadas a Deivanildo.
Em contato com O Fator, o dirigente afirmou não ter conhecimento sobre o processo e disse não entender por que não conseguiu ser localizado. “Não entendo porque não conseguiram me localizar, já que tenho endereço fixo. Já fui citado e localizado em outras ações”.
Vitor disse, ainda, que já respondeu por outros processos por injúria e difamação e que todos foram arquivados. “Nunca perdi uma ação dessas. Sempre me pauto pela verdade e todo vídeo que fiz foi em cima de provas, nunca em achismos”, contou.
O diretor da Rede Minas concluiu dizendo que o processo mencionado tem mais de três anos e que, por isso, deve prescrever em breve. “Vou pedir ao meu advogado o arquivamento do processo”, assinalou.
Polêmicas
Leonardo Vitor tem enfrentado turbulências internas na Rede Minas desde que foi nomeado, em fevereiro deste ano. Em junho, o diretor da empresa pública de comunicação chegou a ser acusado por deputados estaduais de utilizar a emissora com interesses políticos ao veicular reportagem denunciando um pré-candidato a prefeito em São Joaquim de Bicas.
Nesta semana, outra polêmica atingiu o dirigente da emissora por conta da nova grade de programação da Rede Minas. Parlamentares acusam a empresa de focar em conteúdos ideológicos de direita.
