Mesa Diretora ‘sem base ou oposição’: a articulação que gerou a reunião por Juliano Lopes

Grupo declarou 23 votos ao vereador; encontro reuniu nomes de vários partidos, base e oposição
Anúncio feito pelos vereadores reuniu, em tese, 23 votos a Juliano. Foto: Cláudio Rabelo/CMBH

O encontro que reuniu 23 vereadores eleitos em apoio à candidatura de Juliano Lopes (Podemos) à presidência da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) tem sido organizado há semanas, ainda durante o 2º turno da eleição para prefeito.

Pelo que O Fator apurou, além do secretário de Estado Marcelo Aro (PP) e do senador Castellar Neto (PP), um deputado federal que faz parte do grupo aliado a Fuad Noman (PSD) atuou para que os parlamentares eleitos se reunissem.

A premissa defendida por esse deputado é de que a Mesa Diretora da Câmara deve ser formada por vários partidos diferentes, e por nomes da base e oposição, como é normalmente feito no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa.

Durante a reunião, houve um consenso, inclusive entre parlamentares do PL, que a Mesa Diretoria não poderia atuar como oposição ou base aliada à prefeitura. Um vereador que participou do encontro e integra a base de Fuad pontuou que é natural uma oposição do PL e do Novo ao Executivo, mas que a Casa não poderia “ficar parada por briga como aconteceu no último ano”.

Apesar do tom amistoso do encontro, a reunião gerou crises na bancada de esquerda e até mesmo em outros grupos que pertencem à base de Fuad.

Todos os 23 presentes declararam apoiar a candidatura de Juliano Lopes (Podemos) para a presidência da Casa em um vídeo. A reunião ocorreu no salão de festas de um prédio no Belvedere, região Centro-Sul de BH.

Passaram pelo jantar uma série de vereadores que não integram a chamada “Família Aro”. Os parlamentares da família, além de Juliano Lopes, estiveram em peso: Zé Ferreira (Podemos), Professora Marli (PP), Tileleo (PP), Neném da Farmácia (PMN), Flávia Borja (DC) e Lucas Ganem (Podemos), que está em Belo Horizonte.

Além destes, participaram do encontro:

Leonardo Ângelo – Cidadania
Diego Sanches – Solidariedade
Rudson Paixão – Solidariedade
Wanderley Porto – PRD
Michelly Siqueira – PRD
Pablo Almeida – PL
Uner Augusto – PL
Vile Santos – PL
Sargento Jalyson – PL
Cláudio – PL
Marilda Portela – PL
Osvaldo Lopes – Republicanos
Edmar Branco – PCdoB
Wagner Ferreira – PV
Bráulio Lara – Novo
Fernanda Altoé – Novo

Interlocutores que participaram do encontro sinalizaram a O Fator que Marcela Trópia (Novo) e Bruno Miranda (PDT) também eram esperados no encontro, mas não puderam comparecer por estarem viajando. Apesar disso, os dois teriam publicamente sinalizado que participarão de conversas futuras com o grupo que se reuniu nesta segunda-feira.

O grupo ligado a Marcelo Aro defende a candidatura de Juliano Lopes para a presidência da Câmara. Em 2023, Juliano foi eleito vice de Gabriel Azevedo (MDB) em uma construção que, pelo menos no acordo inicial, deixaria Lopes como presidente da Casa em 2024. Com o rompimento entre Gabriel e Aro, Juliano não assumiu a Casa.

Ao todo, a Câmara de BH possui 41 vereadores. Se os 23 presentes na reunião desta segunda, que declararam voto em Juliano, de fato seguirem com o acordo, o grupo já terá maioria para vencer a eleição.

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