Tá todo mundo fugindo das votações polêmicas em pauta na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). Havia grande expectativa sobre a apreciação, nesta terça-feira (21), do projeto de lei 2238/2024, que trata de mudanças na assistência à saúde no Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg), e do projeto 2239/2024, que cria o chamado Sistema de Proteção Social dos Militares. As duas matérias, de autoria do governador Romeu Zema, seriam analisadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – as reuniões sequer foram abertas por falta de quórum.
Os textos visam regular questões financeiras do Ipsemg e do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM). Contudo, na manhã desta terça, os relatores do projeto que trata do Ipsemg, Zé Laviola (Novo), e do IPSM, Charles Santos (Republicanos), não compareceram às sessões. Vale lembrar que são dois parlamentares do bloco de apoio ao Governo Zema.
Na prática, o PL 2238/2024 altera a tabela de prestação de serviços de saúde. Atualmente o servidor, aposentado do Estado ou pensionista contribuem com 3,2% da remuneração, sendo o teto familiar de R$ 275,15. O projeto propõe aumentar o teto para R$ 500,00. Também sugere acabar com isenções dos filhos menores de 21, que passarão a contribuir. A proposição prevê, ainda, a ampliação da faixa etária dos filhos para 38 anos e cria uma alíquota adicional de 1,2% para beneficiários com idade igual ou superior a 59 anos.
Já o PL 2.239/24 define para o militar, ativo ou inativo, e o pensionista a alíquota de 3% e, para o Estado, de 1,5%, para custeio da assistência à saúde. Atualmente, os militares não contribuem para a saúde. A nova alíquota será aplicada de forma progressiva, sendo 1% em 2025, 2% em 2026 até chegar a de 3% em 2027.
Os temas são espinhosos e impopulares, o que explica a dificuldade em articular as tramitações. Certamente ainda está na memória dos deputados as bombásticas manifestações realizadas em julho de 2020, quando milhares de servidores literalmente cercaram as dependências da ALMG durante a votação que alterou o regime de previdência do Estado.
Ninguém quer segurar o rojão das mudanças na previdência em MG
Deputados têm preferido esperar para votar projetos
- Publicado

Publisher
Lucas Ragazzi é jornalista investigativo com foco em política. Integrou o Núcleo de Jornalismo Investigativo da TV Globo e tem passagem pelo jornal O Tempo, onde cobriu o Congresso Nacional e comandou a coluna Minas na Esplanada, direto de Brasília, e pela Itatiaia. É autor do livro-reportagem “Brumadinho: a engenharia de um crime”.
Leia também:
Veja os Stories em @OFatorOficial. Acesse
Pedido de desculpas
UFMG tratou com negligência ossos na vala clandestina de PerusExclusivo
UFMG foi condenada a pagar construtora por Memorial da Anistia inacabadoFundep
Ex-reitor da UFMG preside 2ª maior beneficiada por memorial inacabadoBanco Imobiliário
Governo avalia andar do Acaiaca cedido à FMP em R$ 4,1 milhõesExclusivo
UFMG deve R$ 14 milhões por Memorial da Anistia após contas reprovadasBusca cinematográfica
Ex-empregada mineira recebeu herança milionária de empresário dos EUACorte na Contorno
Governo Trump considera fechar escritório dos EUA em BH, diz jornalLogística
IFA de insulina será produzido no CE antes de seguir para Nova LimaRelatório
CGU aponta irregularidades em obra de pavimentação em cidade do Vale do JequitinhonhaPrevenção de incêndios
Governo federal declara emergência ambiental nas 12 regiões de Minas
Saia na Frente
Receba antes as informações que todos terão depois.
Entre no Canal O Fator no WhatsApp e receba informações relevantes todos os dias.