‘Não estamos discutindo 2026, mas a questão municipal’, diz presidente do Republicanos sobre filiação de Kalil

A O Fator, Euclydes Pettersen afirmou que partido ainda busca firmar aliança com o Novo em BH e outras cidades
O deputado federal Euclydes Pettersen
Euclydes Pettersen é o presidente diretório mineiro do Republicanos. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Presidente do Republicanos em Minas Gerais, o deputado Euclydes Pettersen diz que a filiação do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, não tem relação direta com a eleição estadual de 2026. A O Fator, Euclydes afirmou, nesta sexta-feira (26), que os debates sobre a corrida ao governo mineiro serão conduzidos em momento oportuno. Por ora, assegura, a prioridade são as disputas municipais — como a de BH, em que Kalil apoiará o agora correligionário Mauro Tramonte. 

“Para 2026, temos diversos nomes no partido que somam para esse projeto. Só vamos decidir isso lá na frente”, indica.

Durante a entrevista, Euclydes negou atritos com o também deputado Gilberto Abramo, presidente do Republicanos em BH. Abramo foi um dos condutores das tratativas pela filiação de Kalil. Ainda segundo o dirigente, conseguir que Tramonte ganhe o apoio do Novo, do governador Romeu Zema, é um dos objetivos.

Confira, a seguir, a íntegra da entrevista:

Como aconteceu a filiação do ex-prefeito Alexandre Kalil? O senhor participou dessa negociação?
Estamos deixando a critério do presidente municipal, que é o Gilberto Abramo. Ele é um dos coordenadores da campanha do Mauro Tramonte em Belo Horizonte. Estamos buscando o maior número possível de apoiadores. 

O senhor conversou com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, sobre a filiação do Kalil?
Sim, nós nos falamos. E foi sobre essa questão, de filiar o Kalil para apoiar o Mauro Tramonte na disputa em Belo Horizonte. 

Muito se fala sobre uma disputa de espaço no partido, entre o senhor e o deputado federal Gilberto Abramo. Como está essa relação? 
É uma relação normal. Nós respeitamos todos os deputados federais, os prefeitos e vice-prefeitos. Temos uma harmonia para trabalhar e crescer o partido cada vez mais. Nós não temos uma disputa de posição ou de poder. Pelo menos da minha parte, não. 

A filiação de Kalil ao Republicanos seria acompanhada de uma sinalização de que ele disputaria pelo partido o governo do estado. Entretanto, já havia outras construções em curso, como a do senador Cleitinho Azevedo. Não há risco de colisão interna?
Não estamos discutindo essa questão de 2026. Estamos discutindo apenas a questão municipal. Para 2026, temos diversos nomes no partido que somam para esse projeto. Só vamos decidir isso lá na frente. 

Mas Kalil tem pretensão eleitoral para 2026. Saiu do PSD, inclusive, porque outros nomes do partido são cotados para disputar o governo.
Estamos reunindo um grupo de pessoas interessadas em debater propostas em benefício dos mineiros, mas com a mesma ideologia do nosso partido. Quanto mais pessoas puderem ajudar nesse projeto, melhor. E a gente vai escolher dentro do nosso grupo, lá na frente, aquele que tiver melhor viabilidade política, tendo em vista também a composição com outros partidos, porque queremos dar continuidade aos trabalhos feitos pelo atual governo. 

O senhor é quem tem negociado com o Novo um apoio à candidatura do Tramonte em BH?
Estamos conversando com o governador de Minas para construir essa aliança, não só agora nas eleições municipais, porque, elegendo o Tramonte teremos, lá na frente, maior capacidade de governança. É muito importante ter uma interlocução com o governo do estado e todo o seu secretariado.  

E como fica a situação do Republicanos na cidade de Contagem? Na última terça-feira aconteceu a convenção da legenda, mas a ata não registrou o apoio ao pré-candidato do PRD, Felipe Saliba, como o senhor defende.
Vamos nos reunir na próxima semana com o presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, para decidirmos não apenas sobre a situação de Contagem, mas do apoio dos nossos diretório em todo o estado. Mas minha decisão, como presidente estadual, é contrária ao apoio à candidata do PT (Marília Campos).

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