Auxiliares do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), saíram tranquilizados de um evento empresarial na última sexta-feira (14), em Araxá, com o aceno do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de que o governo Lula vê como positiva a ideia de que a proposta de renegociação das dívidas dos Estados com a União seja feita pelo Senado.
O receio dentro do governo de Minas era de que o Planalto não gostasse da ideia e tentasse, primeiro, boicotar a articulação no Congresso e, segundo, alterasse boa parte do texto. Pelo que Padilha sinalizou aos interlocutores em Araxá, o governo Lula não só vê como positiva a ideia como também concorda que o projeto tem de vir do Senado.
Na semana passada, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD), afirmou que deve apresentar aos governadores o projeto nesta segunda (17).
A ideia central é amortizar a dívida a reboque de medidas como a federalização de estatais. Nas contas do senador, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia Energética Minas Gerais (Cemig) valem, juntas, R$ 80 bilhões. Portanto, em caso de repasse das três empresas à União, a dívida estadual seria reduzida à metade.
Nessa proposta, o plano é que, após a federalização, haja desconto de 50% nos R$ 80 bilhões do saldo devedor remanescente. Portanto, a dívida cairia para R$ 40 bilhões.